"Vença a si mesmo e terá vencido o seu próprio adversário." (Provérbio japonês)



“Presos ou soltos, nós, seres humanos, somos muito cegos e sós. Quase nunca conseguimos transcender os nossos estreitos limites para enxergar os outros e a nós mesmos sem projetar o nosso próprio vulto na face alheia e a cara dos outros na nossa.”

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terça-feira, 6 de março de 2018

Viagem Necessária






"Fico preocupado toda vez que vejo uma pessoa ansiosa,
visivelmente angustiada, falando que vai viajar em busca de um
novo sentido para sua vida...
Estar consigo se tornou tão insuportável, que ela passa a
transferir para os aeroportos e rodoviárias todas as suas
esperanças de paz e felicidade. Isso é o pior que pode
acontecer a um ser humano...
Significa que ela está perdendo a confiança em si mesma,
está transferindo para terceiros a responsabilidade sobre
seu próprio bem-estar. Isso é a morte em dose homeopática...
O problema que está dentro não pode ser resolvido fora.
Tudo que se buscar no mundo exterior,
será um exercício inútil de fugir de si mesma...
Para uma pessoa angustiada, Paris ou Viena podem se
transformar num inferno cheio de luzes.
Um coração triste não enxerga a beleza...
somente no silêncio de seus
corações poderão encontrar a felicidade perdida...
Osho, o líder espiritual indiano, dizia: Esta é a situação do ser
humano. Você é capaz de olhar para todos os lugares à sua volta,
mas é incapaz de ver onde está e o que veio fazer neste planeta.
É incapaz de fazer a pergunta fundamental: QUEM SOU EU?
Enquanto não tiver resposta para esta pergunta,
cancele todas as passagens que reservou. Não há
lugar para onde ir; estar aqui é tão glorioso e gratificante, que
não há melhor local no mundo onde você possa se reencontrar...
Feche os olhos para poder ver a realidade do aqui.
Lá é apenas uma ficção.
AQUI E AGORA são as nossas únicas realidades...
Mergulhe para dentro de si.
Tenha coragem de permanecer só e em silêncio."
A mente quer levar-lhe para fora
porque teme perder o controle da situação...
Seja mais forte, resista a todas as tentativas
de buscar fora a felicidade que só
pode ser encontrada dentro de você..." Fonte: Edison de Piracicaba

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

EXCESSO DE EXPOSIÇÃO NAS REDES SOCIAIS

                                  EXCESSO DE EXPOSIÇÃO NAS REDES SOCIAIS 




Por Gabriela Blasi


Muitos de nós temos perfis em redes sociais e gostamos de colocar fotos nossas, de nossos amigos, família, comida, etc. Durante o dia costumamos abrir essas redes sociais em nossos smart phones ou tablets, como uma distração dos longos períodos que passamos fora de casa.

Pela manhã, no trajeto para o trabalho ou para a escola, você abre seu Facebook ou Instagram e percebe, logo cedo, sua página repleta de fotos de uma mesma pessoa, ela está saindo de casa, no transporte público, no banheiro do trabalho…De cara podemos perceber que a pessoa em questão possui um certo vício em colocar a sua imagem na internet.

Claro que nós também colocamos fotos, mas quando existe excesso precisamos estar atentos a algumas situações que podem ser decorrentes disso. Hoje nós falaremos desta exposição e faremos um link com amor próprio, Narcisismo e necessidade de aceitação.

Ahhh o amor, sempre tão presente em nossas vidas, mas normalmente nós passamos tanto tempo amando outras pessoas e outras coisas que muitas vezes nos esquecemos ou achamos menos importante amar a nós mesmos. Sim, pode parecer egoísmo, mas o amor próprio é muito importante para que possamos nos valorizar e nos aceitar.

Algumas pessoas investem tanto no amor próprio que sentem a necessidade de mostrar isso aos demais, colocando diversas fotos nas redes sociais, juntamente a legendas que esbocem esse amor e incentivem as outras pessoas a partilhar deste sentimento. Certas vezes eu me sinto em um mundo paralelo, onde tudo é 8 ou 80…deve ser só impressão rsrs

Porém, quando se conhece a pessoa, muitas vezes ela se expõe nas redes sociais, mas em sua fala e atitudes podemos perceber que ela não possui esse amor próprio tão acentuado, então este não parece ser o motivo do excesso de postagens. Existe a possibilidade de ser um caso de Narcisismo, para compreender melhor, vamos apresentar o Mito de Narciso:

Narciso era um belo rapaz indiferente ao amor, filho do deus do rio Céfiso e da ninfa Liríope. Por ocasião de seu nascimento os pais perguntaram ao adivinho Tirésias qual seria o destino do menino, pois ficaram muito assustados com a sua beleza rara e jamais vista. A resposta foi que ele teria vida longa se não visse a própria face.

Muitas moças e ninfas apaixonaram-se por Narciso quando ele chegou à fase adulta, mas o belo jovem não se interessou por nenhuma delas. A ninfa Eco, uma das apaixonadas, não se conformando com a indiferença de Narciso, afastou-se amargurada para um lugar deserto onde definhou até a morte e restaram somente seus gemidos. As moças desprezadas pediram aos deuses que a vingasse.

Nêmesis apiedou-se delas e induziu Narciso, depois de uma caçada num dia muito quente, a se debruçar na fonte de Téspias para beber água. Nessa posição ele viu seu rosto refletido na água e se apaixonou pela própria imagem. Descuidando-se de tudo o mais, ele permaneceu imóvel na contemplação ininterrupta de sua face refletida e assim morreu. No local de sua morte apareceu uma flor que recebeu seu nome, dotada também de uma beleza singular, porém narcótica e estéril.

O Narcisismo surgiu a partir deste mito, que na verdade possui duas interpretações. A primeira, que iremos trabalhar mais a fundo, traz a tona o exagero na contemplação da própria beleza, seria como a contemplação de uma perfeição que jamais será vista em outro alguém. Esse momento é tão intenso que a pessoa ao olhar a sua imagem e buscar ainda mais beleza perde a perspectiva do horizonte, do futuro, e concentra todo seu pensamento em si mesmo.

Foi o que ocorreu com Narciso, ao olhar seu reflexo nas águas do rio sua unidade se rompeu, foi arrastada para fora de si e o Ego confundiu-se, como se a identidade dele não fosse mais a mesma a partir daquele momento e ele apaixonou-se por si mesmo. Ele então não se permite ver a vastidão do horizonte e permanece centrado em si até o momento de sua morte.

As vezes a busca pela perfeição leva as pessoas a ruína, por centrarem-se apenas naquilo e não conseguirem ver que o mundo ao seu redor não vive apenas disso. Os Narcisistas desta primeira opção tendem a ser pessoas solitárias e tem muitos amigos virtuais, pois os relacionamentos mais próximos são afetados por essa obsessão, ao invés de dirigir amor a outra pessoa, só consegue dirigir a si mesmo (seria como cometer um incesto intrapsíquico).

A segunda seria a transferência do amor a outra pessoa, todos temos um Narciso interno e, em geral, ele se manifesta a partir do amor refletido no outro. Nós cuidamos do corpo, da imagem não para agradar apenas a nós mesmos, mas também ao outro, tendo como objetivo encontrar alguém, ir de encontro ao mundo.

Parece tudo muito doentio e confuso até aqui? Sim, o assunto é complexo, mas não devemos sair por ai julgando alguém pelo seu excesso de postagens, cada um sabe de si, certo?

Para finalizar, vamos trabalhar a necessidade de aceitação, que está relacionada também aos itens acima. Para começar, o que é ser aceito? A aceitação consiste em acolher o próximo da forma como ele se representa, ou seja, incluindo seus defeitos e diferenças, sem querer modifica-lo.

Quando a pessoa sente-se aceita em um grupo, em uma sociedade, ela consegue se expor de forma mais completa e autêntica, sem preocupar-se em precisar esconder ou mascarar algum defeito.

Mas, quando ela possui dificuldade de aceitar a si mesma, poderá ter o pensamento de que se expor algum defeito ou falha, poderá causar repulsa dos demais, desta forma ela coloca uma máscara e aparenta ser a pessoa perfeita, aquela que fará tudo pelo grupo e assim, não será julgada ou afastada.

Isso acontece muito por causa dos julgamentos excessivos para com aqueles que não seguem uma tendência momentânea, não aceitam 100% o que o grupo propõe, se mostram diferentes da ‘massa’; por causa dessa pressão, algumas pessoas acabam se perdendo, na tentativa de encontrar um novo ‘eu’, capaz de ser completo para aquele grupo. O erro é que a pessoa acaba acreditando cegamente naquele personagem, se esquecendo de quem é realmente e não se reconhece mais.

E o que isso tem a ver com as postagens nas redes sociais? Tudo! Uma pessoa pode ver que uma outra posta com frequência e possui mais amigos, mais likes, mais compartilhamentos, e deseja ser assim também, começa então a fotografar a todo momento e postar, visando aumentar o número de amigos, seguidores, etc.
O que queremos dizer aqui é que devemos nos aceitar primeiro e depois buscar um grupo que nos aceite como somos, desta forma poderemos ser mais verdadeiros e mais felizes! A sensação é de leveza! Pode parecer cliché, mas o Psicólogo Rogers, em diversas de suas obras, tenta abrir nossos olhos para isso…Se aceite!

Às vezes, a ovelha negra é a pessoa mais sadia da família





Por : Marcel Camargo 
Nos núcleos familiares, não raro se tomam como ovelhas negras justamente as pessoas que contestam, que ousam, que enfrentam o que, embora já esteja estabelecido há muito tempo, trata-se de algo que precisa ser mudado, oxigenado, a fim de se quebrar uma falsa base da zona de conforto que se perpetua há anos.
É muito difícil encontrar um parâmetro do que possa ser considerado normal ou não. Para alguns, a normalidade está atrelada a comportamentos padronizados socialmente; para outros, tem a ver com preceitos religiosos, e por aí vai. Fato é que, muitas vezes, confunde-se normalidade com calmaria, quietude e obediência, sendo que uma coisa não necessariamente depende da outra.
Quantas vezes nós mesmos não temos uma impressão errada sobre alguém que se veste de uma forma totalmente peculiar, ou possui um corte de cabelo diferente, alguém que, aparentemente, foge ao que é considerado normal? Ou sobre alguém que abraça as causas em que acredita de uma maneira efusiva, brigando por elas sempre que necessário, até mesmo empunhando cartazes e saindo às ruas? Pois é, a aparência não tem nada a ver com a essência humana, mas parece ser tão difícil entender isso.
Difícil porque o mundo de hoje se baseia naquilo que se vê, naquilo que se ostenta, nas grifes que se vestem, no poder de compra, no tanto que se consome. Com isso, torna-se cada vez mais difícil enxergar o essencial de cada um, aquilo que a pessoa realmente possui dentro de si e consegue viver, praticar, sem machucar ninguém pelo caminho. É o que fazemos que importa, não o que falamos e aparentamos por aí.
E, nos núcleos familiares, não raro se tomam como ovelhas negras justamente as pessoas que contestam, que ousam, que enfrentam o que, embora já esteja estabelecido há muito tempo por várias gerações, trata-se de algo que precisa ser mudado, oxigenado, a fim de se quebrar uma falsa base da zona de conforto que se perpetua há anos. Porque ninguém é obrigado a manter um casamento fracassado ou a se vestir seguindo a moda, somente porque sempre foi assim entre os familiares. Os ousados é que promovem avanços que abrem novos caminhos a muita gente sem coragem.
Portanto, é preciso muita cautela ao julgar alguém que já foi julgado, pelas pessoas ou pelos familiares, como sendo uma ovelha negra, visto que somente a convivência e o tempo é que mostram realmente o que cada um é de fato. Muitas vezes, apenas se trata de alguém que não se sujeitou a regras e comportamentos ditos como normais, sabe-se lá por quem ou por quê, e resolveu viver de acordo com as batidas do próprio coração. Trata-se, enfim, de alguém que não se permitiu ser aceito pelos outros em troca da própria felicidade.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Ninguém sabe. De coisa alguma.









A gente é um emaranhado de coisas. As pessoas que cruzam ou convivem com a gente não sabem da missa a metade. Ainda bem, pois se soubessem da missa inteira, contestariam, fugiriam ou dormiriam no meio. Melhor assim.

Ninguém precisa saber que você chorou escondido no banheiro do trabalho porque no meio da tarde foi assaltado por uma lembrança ou uma saudade aguda.

Exceto se eu quiser contar, ninguém precisa saber que eu gosto de tomar banho no escuro ouvindo música todas as noites quando chego em casa. E que, às vezes, eu choro. Por nada, e por tudo.

Você não precisa admitir que tem ficado até tarde trabalhando porque não sente mais prazer de voltar pra casa. A gente nota, mas não fala nada.

Deixe que suponham. Deixe que deduzam, que digam. Eles não podem fazer isso o tempo todo. Em algum momento serão obrigados a se voltarem pra suas próprias vidas e enfrentarem seus próprios dilemas.

Ninguém sabe quem você leva pra cama e se alguém leva pra cama a preocupação de com quem você tem ido pra cama, certamente é porque gostaria de ir pra cama com você ou porque não anda lá muito contente com quem tem levado pra cama.

A preocupação com as atividades sexuais alheias é algo que eu talvez precise de mais algumas encarnações pra compreender. Não sou boa com questões lógicas, mas essa me parece bem simples: se uma pessoa se ocupa de investigar com quem você escolhe passar suas noites se deitando (ou sentando, que seja), ela está desperdiçando o tempo que deveria estar se ocupando de fazer o mesmo.

Triste, não é? Pois é, mas eu descobri que acontece o tempo todo e por toda parte (habitada por seres humanos).

Ninguém sabe que você tem pensado o tempo todo em se separar, se mudar pra outro país e ir trabalhar na praia pra ajudar o povo de humanas a fazer miçanga. E que, com a mesma frequência, você pensa que isso é um disparate. E que seu cérebro passa dia após dia vivendo esse dilema enquanto consegue te fazer continuar agindo normalmente. E você forja uma normalidade que pode chegar a suportar por anos.

Ninguém sabe que você tem medo de tomar tarjas pretas porque, no fundo, se acostumou a viver dentro do seu caos e não saberia o que fazer sem suas angústias já domesticadas. Mas eles insistiram e você procurou um médico, que te disse que você tem uma dessas síndromes contemporâneas. Mas você é démodé e não quer se medicar porque acha que a vida vai ficar ainda mais insuportável se suas dores ficarem dormentes.

Tem gente que não sabe que você toma tarjas pretas justamente pra conseguir suportar gente assim.

Ninguém sabe que a gente tem se frequentado e que não tem frequentado quem a gente vê com frequência. Somos improváveis demais pra nos cogitarem frequentando o universo um do outro.

Eles não sabem quantas coisas na sua vida acabaram antes mesmo de terem começado. Nem quantos projetos você começou e não conseguiu acabar. Nem quantas vezes você chorou porque acabou o que você queria que tivesse continuado e continua com o que queria que já tivesse acabado.

Você não precisa contar pra ninguém que está com raiva, infeliz ou amargurado. Se disser isso em voz alta, capaz de contar pra última pessoa que deveria saber: você.

Uma vez constatado, você vai precisar fazer algo a respeito disso. E você tá cansado demais pra conversar, pra gastar energia (se) debatendo. Tá muito acomodado pra sair do lugar, pra cogitar viver numa outra realidade onde suas tristezas e insatisfações não cabem, pois elas vêm acompanhadas de benefícios espaçosos. Tá na merda, mas tá quentinho.

Ninguém sabe de quem você lembra na hora de dormir e quem é a primeira pessoa que você pensa na hora que acorda. Nem você sabe quem pensa em você.

Ninguém sabe do que você tem medo, o que te paralisa e como foi assustadora a última vez que você teve uma crise de ansiedade ou de pânico. A quem você recorre quando os outros não sabem de nada, mas agem como se soubessem de tudo?

Ninguém sabe que, às vezes, você tá com alguém quando queria estar com outro alguém. Nem imagina o que te dá prazer quando não tem ninguém olhando. E o que te dá tesão quando tem alguém olhando.

Ninguém sabe que você não é o que parece. E que parece o que não é. Mas você não tem culpa se o ser humano é dado a deduções simplórias e rasas. Mergulhar no outro dá trabalho. Sem falar no medo de se afogar. Você nunca sabe o que vai encontrar lá no fundo. Todos nós somos buracos negros.

Ninguém sabe que o que você é hoje é fruto de erros fantásticos, de equívocos abençoados, de pecados inconfessáveis, de litros de suor e lágrimas que ninguém viu escorrer.

Poucas pessoas sabem o que te faz se escangalhar de rir, as idiotices que te arrancam gargalhadas escandalosas. E menos pessoas ainda sabem as pequenas coisas que te provocam as maiores alegrias. E, ao longo da sua vida, serão poucas as que vão saber.

Ninguém sabe o esforço que você tá fazendo pra sorrir e conversar. Quem te vê trabalhando, malhando, estudando, não imagina o drama que tem sido pra você se levantar da cama todas as manhãs. Eles não sabem que você tem preguiça de existir quase todos os dias, algumas vezes por dia, e que respirar já foi mais fácil. Um dia.

Eu não sei o que tá acontecendo na vida da moça que me atendeu com má vontade. Ou na vida do moço que foi grosseiro comigo sem motivo aparente. Mesmo assim, não raro eu desejo do fundo do meu coração que eles se fodam, até me lembrar que eles são também um emaranhado de coisas que não estão aparentes, dificultando que a minha empatia imediata se estabeleça.

Às vezes, a gente não sabe nem as batalhas pessoais que as pessoas mais próximas da gente estão travando.

Ninguém sabe as aflições que passei escrevendo cada parágrafo daquilo que é só um pedacinho das aflições da gente. E eu não vou contar.

Roberta Simoni,

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Frequência afetiva, qual é a sua?








"Dias desses mandei um inbox parabenizando uma amiga querida pelo seu aniversário. Na verdade, eram votos atrasados, já que ela tinha aniversariado no dia anterior. Ao agradecer meu pequeno textinho, ela escreveu: “gratidão pelo carinho e energia positiva, também por aceitar minha frequência afetiva”. Eu nunca tinha lido essa expressão “frequência afetiva” e ela ficou na minha cabeça por alguns dias. Propositalmente, não perguntei a ela o que aquilo significava porque eu simplesmente quis atribuir o meu sentido para aquela expressão tão especial, usada em um contexto tão carinhoso, por uma pessoa tão profunda.

Comecei a pensar que todos nós tínhamos a tal frequência afetiva. Essa ideia talvez estivesse diretamente ligada ao nível de presença que exercemos na vida das pessoas importantes para nós e também a forma como demonstramos isso. Pensei então em alguns exemplos de amigos que possuíam frequências afetivas muito especificas:

– A Natalia é uma amiga dos tempos de faculdade muito querida. Era daquele tipo do fundão que se infiltra no seu grupo sem você convidar, mas que no fim fazia tudo certinho. Sua característica marcante era o fato dela apreciar novelas do canal Viva – isso era um segredo dela. Depois que deixamos de conviver, comecei a perceber que eu só conseguia marcar algo com ela de seis em seis meses, em média. Que se eu tentava marcar coisas com intervalos menores, por algum motivo, o role não saia. Passei a aceitar que esse era o tempo dela e que isso não diminuía a minha importância em sua vida. Até hoje mantemos essa amizade tão especial quanto semestral.

– Tem a Carol que foi minha amiga da época de acampamento. A Carol é muito intensa e já viveu as fases mais exóticas que você pode imaginar. Ela já quis ser cigana e atriz, já foi para Brasília para defender ideias de esquerda, já morou nos Estados Unidos e em Londres e hoje trabalha como professora. O fato é que nessas fases de turbilhão a Carol sumia por muito tempo, tipo quatro anos, e depois reaparecia do nada. Depois, sumia novamente por tempo indeterminado e eu nunca sabia em que momento da vida eu encontraria ela novamente. Nossa amizade sempre teve esses intervalos bruscos, sem data para a próxima vez. Há dois meses a Carol me chamou para ser padrinho do seu casamento. E eu me dei conta de que essa falta de obrigatoriedade temporal na nossa amizade pouco influía na consideração que um tinha pelo outro.

– Tem o exemplo da Divimary. Nós temos uma amizade cinéfila. Nossos encontros são assíduos até hoje. Ao menos uma vez por mês damos um jeito de marcar nosso café com cinema. Desde os tempos de faculdade, nos acostumamos a passar tardes na Rua Augusta, regadas a filmes de todos os tipos e passeios sem destino. Ela é daquele tipo de amiga que para te ajudar, manda o seu currículo sem você saber e chega a ir à entrevista de emprego junto pra te dar apoio moral. É daquelas que te dão apoio quando você esta começando algo incerto e faz propaganda positiva sobre você para todos os outros amigos dela. É engraçado que mesmo não fazendo por ela exatamente na mesma medida o que ela faz por mim, tenho a certeza que ela aceita a minha frequência afetiva.

A ideia de “frequência afetiva” a meu ver envolve muito de aceitar o que o outro tem pra te oferecer, mas principalmente o que ele não tem. Nos últimos meses passei por diversas situações em que eu tive que dizer não para alguns amigos e pessoas queridas. A verdade é que quanto mais relações afetivas você tenta manter, mais você tem que disponibilizar o seu tempo e fazer escolhas em prol delas. Muitas vezes, essas escolhas não vão favorecer um amigo seu e a maneira como ele reage a isso é um momento importante para que você se descubra seletivo em suas relações. Às vezes você não diz não por egoísmo, às vezes você diz não porque tinha outra prioridade. Você conhece verdadeiramente as pessoas – que supostamente gostam de você – quando observa como elas se comportam diante desse não. Existe a situação oposta: aquelas amigos que nunca podem fazer nada, que de 100 convites, topam apenas um. Eu não deixo de ser amigo dessas pessoas por isso, mas elas deixam de ser prioridade na hora de pensar em quem vou chamar pra ir pra balada ou pro teatro. Na minha escala de amizades assíduas, os amigos que costumam topar coisas em cima da hora costumam naturalmente estar no topo das minhas prioridades.

Essa aceitação vale para todo tipo de relação, inclusive para as familiares ou para os namoros. Existem relações familiares que se estabelecem apenas pela convenção das datas comemorativas. Primos que você vê somente no Natal e que talvez você não procure durante o ano exatamente por isso. Porque esse tipo de frequência estabeleceu-se na relação com eles e não porque no fundo você só os vê pela obrigação da data. A frequência também envolve o jeito de demonstrar afeto. No mundo também existe gente que “não gosta” de receber ou demonstrar afeto ou que não é de abraço, pior ainda se for demorado. Tem até gente que não lida bem com elogios. E essa negociação de espaços é muito importante. Saber colocar em prática a arte da empatia tentando entender e tolerar o outro da maneira como ele é, caso você faça questão da relação.

Não tem como finalizar esse texto sem tocar em um tipo de frequência afetiva extremamente importante na vida virtual. A frequência de likes. Existem aqueles amigos que não são de entrar na internet ou de interagirem em redes sociais. Tem os que leem você em silêncio ou aqueles que simplesmente têm preguiça do que você escreve – não necessariamente preguiça de você. Existem os que usam o like como uma forma de vínculo/interação/ manutenção de relação. Existe até aquela pessoa que estranhamente só da like quando você conta alguma zica que te aconteceu. Existe também o ciúme. – Por que ela vive dando like no amiguinho e não em mim?

Na vida conjugal as coisas ficam um pouco mais delicadas. Quanto menos expectativas sobre o seu par melhor. Mas e pra baixá-las? É difícil entender que existem parceiros que se esquecem de datas importantes ou namoradas que não sentem ciúme de você e pronto. Aceitar uma vida a dois tem muito de estarmos preparados para tudo o que não iremos receber. Você está preparado para não receber? Você está preparado para receber, só que não exatamente da forma que esperava? Você respeita a frequência afetiva dos outros?

 "Eduardo Benesi

domingo, 2 de outubro de 2016

Escravos da Tecnologia



A geração das selfies



"Funcionava mais ou menos assim: seus pais diziam que estava errado, você colocava na balança, usava o filtro da razão, e formava a sua opinião. Mas você sempre ouvia.

Quando a sua avó dizia que chá de boldo servia pra dor de barriga, você não pesquisava no Google pra ver o embasamento científico daquilo – até porque, na época a qual me refiro, não havia Google. Você bebia o chá de boldo pra ver se funcionava.

E não se tratava de ignorância, síndrome da tia velha ou nada parecido. Era respeito à experiência de vida do outro. Era o cultivo da arte de saber ouvir. Era a ideia de que o outro sempre tem algo pra te ensinar, e que tuas verdades nunca são absolutas.

Hoje, na geração das selfies, likes e seguidores, a coisa tá diferente. Todas as pessoas são absolutas e autossuficientes porque seus posts têm não-sei-quantos likes. Porque entendem sobre um monte de coisas que pesquisaram no Google.

Hoje, quem viu um documentário sobre ditadura militar acha que pode falar de igual pra igual com quem viveu a ditadura militar. O jovem lê o “Manifesto Comunista” e já se considera absoluto entendedor da obra de Karl Marx. Fazem download de meia dúzia de discos na internet e já se consideram grandes críticos musicais.

Toda sabedoria emanada da experiência de vida é careta e absolutamente duvidosa se o Google diz o contrário. Receitas de avó são ignoradas porque não são comprovadas cientificamente.

Criamos um exército de pessoas que sabem absolutamente tudo sobre qualquer coisa. Que estão tão cegas em serem vistas, e admiradas, e ouvidas, e seguidas, e likadas, que deixam de ouvir, de absorver, de crescer.

Estão tão concentradas na própria sabedoria – insuficiente, na maioria das vezes – que ignoram a sabedoria presente em cada coisa à sua volta. Que gastam um monte de minutos de suas vidas tirando selfies enquanto há um mundo inteiro e belíssimo a ser admirado, visto, fotografado. Mas o eu grita alto.

Quando desviamos o foco de nós mesmos, nos abstemos de ser reis de nossas próprias verdades e aprendemos a ouvir o outro, tornamo-nos cada vez mais conscientes do nosso papel no mundo.

Quando nos permitimos enxergar as coisas sob outro ponto de vista – o ponto de vista de outra pessoa – e valorizamos as lições que cada ser humano tem para nos ensinar, ganhamos muito mais do que alguma maturidade: cultivamos a humildade sensata que é a grande propulsora de nosso crescimento pessoal.

Quando tiramos a venda do excesso de autoconfiança e trocamos a inteligência descartável pela sabedoria da experiência, temos a oportunidade única de chegar onde de outro modo jamais chegaríamos: na melhor versão de nós mesmos."

por : Nathali Macedo















terça-feira, 6 de setembro de 2016

Não faz bem viver sonhando e se esquecer de viver .






"Não faz bem viver sonhando e se esquecer de viver ."




Uma das cenas mais fortes e emocionantes do filme (livro ) Harry Potter.

"Espelho de Ojesed ou Espelho dos Invisíveis. É um espelho que não reflete a imagem da pessoa, mas sim o desejo mais profundo de seu coração.

O livro afirma que o Espelho de Ojesed é um "magnífico espelho, da altura do teto, com uma moldura de talha dourada, aprumado sobre dois pés de garra ".
O espelho tinha entalhado em sua parte de cima as seguintes palavras: erised strae hruo ytub ecaf ruoyt on woh si. Se lidas ao contrário, as palavras assumem a forma: I show not your face but your heart's desire, e em português, Não mostro o seu rosto mas o desejo em seu coração. Na primeira edição de Harry Potter no Brasil, somente a palavra Erised foi trocada por Ojesed; o resto da frase foi mantido como no original pela tradutora Lia Wyler. No entanto, em edições posteriores, a frase foi vertida para o português .


A primeira aparição do espelho se dá com Harry Potter escondendo-se do zelador, à noite, dentro de uma sala de aula. Ele encontra o espelho e surpreende-se ao ver que não via apenas a si, mas também seu pai, sua mãe e o resto de sua família, que sempre quis, mas nunca conhecera.

O amigo de Harry, Rony Weasley, também se mira no espelho, mas ele se vê como Monitor Chefe de Hogwarts e capitão do time de Quadribol, segurando a Taça das Casas. Esse era o seu desejo, já que, nascido numa grande família, tinha avidez por destacar-se em meio aos seus irmãos mais velhos.
Mas numa terceira visita de Harry à sala, ele encontra o diretor de Hogwarts, o sábio e bondoso Alvo Dumbledore, que explica como funciona o espelho, e pede a Harry que não volte a procurá-lo, usando argumentos que, no mundo "potteriano", são muito conhecidos.
O próprio Alvo Dumbledore afirma que, quando se mira no espelho, se vê segurando um par de meias. Diz que os anos passam e as pessoas insistem em lhe dar apenas livros.
Segue o trecho do capítulo XII do primeiro livro da série, de autoria de J. K. Rowling e tradução de Lia Wyler:
- Então, outra vez aqui, Harry?
Sentado em uma das mesas junto à parede estava ninguém menos que Alvo Dumbledore
- Então -[disse] Dumbledore, escorregando da cadeira até o chão para se sentar ao lado de Harry - você, como centenas antes de você, descobriu os prazeres do Espelho de Ojesed Deixe-me explicar [o que faz o Espelho]. O homem mais feliz do mundo poderia usar o Espelho de Ojesed como um espelho normal, ou seja, ele olharia e se veria exatamente como é, ele mostra-nos nada mais nem menos do que o desejo mais íntimo, mais desesperado de nossos corações

Porém, o espelho não nos dá nem o conhecimento nem a verdade. Já houve homens que definharam diante dele, fascinados pelo que viram, ou enlouqueceram sem saber se o que o espelho mostrava era real ou sequer possível .Peço que não volte a procurá-lo. Não faz bem viver sonhando e se esquecer de viver .


Como o espelho mostra o desejo mais profundo, Dumbledore usou-o para esconder a Pedra Filosofal de Lord Voldemort, o vilão da trama. Somente alguém que quisesse obter a pedra, mas não para usá-la, conseguiria tirá-la do Espelho. Esse é o caso de Harry no capítulo XVII do livro.

De acordo com o livro O Mundo Mágico de Harry Potter, de David Colbert, o espelho é um teste ao caráter das pessoas, ele é símbolo da vaidade e do egoísmo, mas só uma pessoa desprendida pode conseguir do espelho aquilo que mais quer."

domingo, 4 de setembro de 2016

Sobre os felizes





Sobre os felizes


Por : Socorro Acioli

"Existem pessoas admiráveis andando em passos firmes sobre a face da Terra. Grandes homens, grandes mulheres, sujeitos exemplares que superam toda desesperança. Tenho a sorte de conhecer vários deles, de ter muitos como amigos e costumo observar suas ações com dedicada atenção. Tento compreender como conseguem levar a vida de maneira tão superior à maioria, busco onde está o mistério, tento ler seus gestos e aprendo muito com eles.


De tanto observar, consegui descobrir alguns pontos em comum entre todos e o que mais me impressiona é que são felizes. A felicidade, essa meta por vezes impossível, é parte deles, está intrínseco. Vivem um dia após o outro desfrutando de uma alegria genuína, leve, discreta, plantada na alma como uma árvore de raízes que força nenhuma consegue arrancar.


Dos felizes que conheço, nenhum leva uma vida perfeita. Não são famosos. Nenhum é milionário, alguns vivem com muito pouco, inclusive. Nenhum tem saúde impecável, ou uma família sem problemas. Todos enfrentam e enfrentaram dissabores de várias ordens. Mas continuam discretamente felizes.


O primeiro hábito que eles tem em comum é a generosidade. Mais que isso: eles tem prazer em ajudar, dividir, doar. Ajudam com um sorriso imenso no rosto, com desejo verdadeiro e sentem-se bem o suficiente para nunca relembrar ou cobrar o que foi feito e jamais pedir algo em troca.


Os felizes costumam oferecer ajuda antes que se peça. Ficam inquietos com a dor do outro, querem colaborar de alguma maneira. São sensíveis e identificam as necessidades alheias mesmo antes de receber qualquer pedido. Os felizes, sobretudo, doam o próprio tempo, suas horas de vida, às vezes dividem o que tem, mesmo quando é muito pouco.


Eu também observo os infelizes e já fiz a contraprova: eles costumam ser egoístas. Negam qualquer pequeno favor. Reagem com irritação ao mínimo pedido. Quando fazem, não perdem a oportunidade de relembrar, quase cobram medalhas e passam o recibo. Não gostam de ter a rotina perturbada por solicitações dos outros. Se fazem uma bondade qualquer, calculam o benefício próprio e seguem assim, infelizes. Cada vez mais.


O segundo hábito notável dos felizes é a capacidade de explodir de alegria com o êxito dos outros. Os felizes vibram tanto com o sorriso alheio que parece um contágio. Eles costumam dizer: estou tão contente como se fosse comigo. Talvez seja um segredo de felicidade, até porque os infelizes fazem o contrário. Tratam rapidamente de encontrar um defeito no júbilo do outro, ou de ignorar a boa nova que acabaram de ouvir. E seguem infelizes.


O terceiro hábito dos felizes é saber aceitar. Principalmente aceitar o outro, com todas as suas imperfeições. Sabem ouvir sem julgar. Sabem opinar sem diminuir e sabem a hora de calar. Sobretudo, sabem rir do jeito de ser de seus amigos. Sorrir é uma forma sublime de dizer: amo você e todas as suas pequenas loucuras.


Escrevo essa crônica, grata e emocionada, relembrando o rosto dos homens e mulheres sublimes que passaram e que estão na minha vida, entoando seus nomes com a devoção de quem reza. Ainda não sou um dos felizes, mas sigo tentando. Sigo buscando aprender com eles a acender a luz genuína e perene de alegria na alma. Sigamos os felizes, pois eles sabem o caminho."

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Resgatando almas


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A INVEJA


"Inveja é precisamente isto: uma doença dos olhos." 


Por : RUBEM ALVES


Gosto de tomates. Resolvi plantar uns tomateiros lá em Pocinhas do Rio Verde (MG). Amadureceu o primeiro tomate, todo vermelho, com exceção de um pontinho preto na casca. Nem liguei para o ponto preto. Colhi o tomate e me preparei para comê-lo. Dei a primeira dentada e cuspi. O que havia dentro dele era um verme branco, grande, enrugado, gordo por haver comido toda a polpa do tomate.
Foi essa a imagem que me veio à memória quando me preparava para falar sobre o mais terrível de todos os demônios. Ninguém suspeita. Ele vai comendo por dentro as coisas boas que crescem no nosso quintal. Eu sempre digo: demônios fazem ninhos no corpo. Cada um tem sua preferência. Neste caso a que me refiro, o demônio faz seu ninho nos olhos. E ele não gosta de coisas ruins e feias. Como o verme, ele prefere os tomates. Gosta de coisas bonitas. E o resultado é que, quando uma coisa bonita que cresce no nosso quintal (note bem: o demônio só faz sua obra no nosso quintal) é tocada pelo olho onde mora o verme ela imediatamente murcha, apodrece, cai. E aí vêm as moscas.
O demônio que se aloja nos olhos se chama inveja. Inveja vem do latim invidere que, segundo o dicionário Webster, quer dizer “olhar pelos cantos dos olhos”. Inveja não olha de frente. Quem olha de frente tem prazer no que vê. Quem olha de lado olha com olho mau.
Olho mau, olho gordo: muita gente tem medo desse olhar. Não precisa. O verme da inveja nunca faz nada com os tomates da horta alheia. Ele só come os tomates da horta da gente.
Explico. Fernando Pessoa diz que a inveja “dá movimento aos olhos”. Olho de inveja não olha numa direção só. Lembre-se do que eu disse: que o olho onde se aninha o verme da inveja só gosta de ver coisas bonitas. Então é assim que acontece. Eu tenho um belo tomate crescendo no meu quintal. É certo que não há vermes dentro dele. Vai dar uma deliciosa salada. Mas antes, vou mostrar o meu tomate para meu vizinho… Um pouco de exibicionismo faz bem para o ego. Mas aí eu olho para o quintal do vizinho. Ele também cultiva tomates. Vejo o tomate que cresce no tomateiro dele. Lindo! Vermelhíssimo, mais bonito que o meu. É nesta hora que o verme entra no meu olho. Meus olhos se movimentam. Voltam-se para o meu tomate que era minha alegria e orgulho. Já não é mais. Vejo-o agora mirrado, pequeno murcho. E ele corresponde: apodrece repentinamente e cai… Perdi o prazer da minha salada.

Esse movimento dos olhos é a maldição da comparação. Quando eu comparo o meu ‘bom-bom-mesmo-mais-que-suficiente-para-me-fazer-feliz” com o “bom” maior do outro, fico infeliz. E o que antes me dava felicidade passa a me dar infelicidade. Com a comparação tem início a infelicidade humana. Isso acontece com tudo. Comparo minha casa, meu carro, minhas roupas, meu corpo, minha inteligência e até mesmo meu filho.
Frequentemente os filhos são vítimas no jogo de inveja dos seus pais. Aquele meu filho, que é a minha alegria, delícia de criança, com um jeitinho só dele e que me encanta… Mas o filho do vizinho tira notas mais altas que o meu, é campeão de natação, é mais forte, mais alto e não é gordinho… Então, meu olho se movimenta e o verme se aninha. E se dá o mesmo com meu tomate: apodrece.

Que sentimentos me movem em direção a tal atitude?







"Se até Pedro e Judas que beberam nas fontes de sabedoria, amor e justiça de um dos maiores ícones da história da humanidade, praticaram a omissão e a traição... por que não, eu? Por que não, você?
Séculos se foram e a humanidade pouco ou nada aprendeu...
Vítima ou algoz?
Alguns mais para um lado, outros mais para o outro.
Comentar, difamar, denigrir, agredir veladamente ou não, são alguns dos hábitos que todos nós podemos praticar em função de uma gama de imperfeições inerentes à humanidade.
Explica, mas não justifica alimentarmos o nosso lado mais vil. Esse que pode desestabilizar ou mesmo destruir.
No ímpeto de detonar um outro ser humano, sempre valem os questionamentos:
Que sentimentos me movem em direção a tal atitude?
Que ganhos significativos terei?
Qual a minha necessidade ao fazer isso?
O que tem essa pessoa que tanto me incomoda?
Agir dessa forma é de fato uma necessidade minha ou de outra (s) pessoa (s)?
Tem gente que "atira pedra" sem nem saber o porquê tem gente sendo apedrejada.
Muitas vezes nem temos nada contra o alvo, mas somos levados à injustiça por força alheia e pelo medo de enfrentá-la e também sermos agredidos. Esse é o ciclo da violência! Cultural? Enraizado? Vale a pena refletir!
Um olhar franco para as nossas próprias limitações como seres humanos, pode até não nos tomar perfeitos, mas certamente pessoas melhores.
Exercício diário: ao menor sinal de maledicência, pratiquemos o silêncio, mas optemos pelas justiça e verdade! "
Por  : Ana Virgínia Almeida Queiroz

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O EGOÍSTA E O INDIVIDUALISTA




 Por : Eduardo Loureiro Jr.

"É fácil reconhecer o egoísta. Ele é aquele que, indignado, corado, colérico, chama outra pessoa de — adivinhem — egoísta. A pessoa que é chamada de egoísta não tem nada de egoísta, normalmente é individualista.

Se você não entendeu, provavelmente você é um egoísta. Se deu um risadinha irônica, provavelmente é um individualista. Se apenas compreendeu, impassível, você é um santo. Não trataremos de santidade nesta crônica. O único propósito das palavras que seguem é esclarecer o egoísta que ignora sua própria condição...

O egoísta é aquele em torno do qual o mundo gira ou deveria girar — na visão do próprio, é claro. Ou, nas palavras do Houaiss, alguém que "subordina o interesse dos outros a seus próprios interesses". O egoísta é sutil, pois parece interessado nos outros. Porém é um interesse interessado mesmo, de quem quer que os outros se submetam a si. O egoísta é um grande controlador que tenta mover os outros como se esses fossem um conjunto de peças de um jogo. Como jogador, o egoísta acredita que sabe, melhor que ninguém, o rumo que deve dar às peças. O egoísta se acha generoso. E é mesmo benevolente, sempre disposto a transmitir sua energia às pobres peças letárgicas, que ficariam paradas a vida inteira se não fosse a generosidade do egoísta. Mas basta que uma das peças resolva se movimentar por conta própria, e em sentido diferente daquele que o egoísta pretendia, para que o egoísta tente forçá-lo a se corrigir.

Aqui entra o individualista. Aquele que, ainda segundo o Houaiss, "afirma sua individualidade pela independência de ações e pensamento". O individualista é aquele para quem cada um é um mundo girando à parte, conectado aos demais mundos por um equilíbrio delicado de repulsão, atração e gravidade. O individualista é adepto do "cada um na sua", é um macaco perfeitamente adaptado ao seu galho. O individualista é Fernando Pessoa, sob o heterônimo de Álvaro de Campos: "Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade./ Assim, como sou, tenham paciência! / Vão para o diabo sem mim, / Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! / Para que havemos de ir juntos? // Não me peguem no braço! / Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. / Já disse que sou sozinho! / Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia! " O individualista é aquele que aprendeu a conviver consigo mesmo, que pensa que não precisa de ninguém e, por consequência, deduz que ninguém precisa dele.

Então se encontram o egoísta e o individualista. O individualista, que pensa bastar-se a si mesmo, não entra no jogo de mover peças do egoísta. O egoísta, ao encontrar alguém que não consegue submeter sutil ou abertamente, vocifera a sentença: "Seu egoísta, você só pensa em si mesmo". Não, não é verdade que o individualista só pense em si mesmo. O individualista pensa em muita gente, todo mundo separado, com encontros eventuais. A fala do egoísta é que está pela metade. O egoísta, se tivesse noção de seu próprio egoísmo, diria assim: "Você só pensa em si mesmo quando deveria pensar em mim." Mas isso pareceria ridículo até para quem não tem consciência de si. O individualista, se tem alguma disposição para a briga, assume aquilo que não é e responde seco: "Só um egoísta poderia reconhecer outro." Mas o individualista-padrão normalmente deixa passar, dando apenas dois passinhos para trás para se livrar da saliva fumegante do egoísta"




sábado, 13 de agosto de 2016

Às vezes não choro por fraqueza, mas por estar cansada de ser forte


"Devemos dar a nós mesmos uma licença de vez em quando para podemos desabafar e nos conectarmos com nós mesmos. Isso não é fraqueza, mas sim conhecimento de nossos limites e capacidades."

"Às vezes nos cansamos, chegamos ao limite de nossas forças e, simplesmente, nos deixamos levar. Chorar não é desistir, nem é um sinal de fraqueza.

Em algumas ocasiões não temos outro remédio que não recorrer a este alívio tão necessitado porque estamos cansadas. Cansadas de ser fortes. Porque a vida nos exige muito, e quem nos rodeia nem sempre é consciente de tudo que damos em troca de nada.de ser forte
Devemos dar a nós mesmos uma licença de vez em quando para podemos desabafar e nos conectarmos com nós mesmos. Isso não é fraqueza, mas sim conhecimento de nossos limites e capacidades.


Não carregue o peso do mundo nas suas costas. Carregue tudo aquilo que, de verdade, é essencial para você, e não se esqueça nunca de que o seu coração precisa de um espaço privilegiado para você mesma. E se precisar chorar, chore, porque só os mais fortes se permitem fazer isso.
Não se pode ser forte todos os dias

É possível que você também tenha sido educada sob uma ideia de que as lágrimas devem ser “engolidas”. De que a vida é dura e que chorar não serve para nada. Esta ideia, a longo prazo, pode nos causar problemas muito sérios a nível emocional.

O fato de “não chorar” envolve, muitas vezes, não demonstrar o que sentimos e nos esconder sob aparências falsas que não são corretas.

Se você se empenhar em aparentar estar bem, escondendo sentimentos e problemas, no final das contas não apenas irá esconder suas emoções do mundo, mas também de você mesma.

As emoções que se ocultam são problemas que não enfrentamos. E um problema não solucionado é uma emoção que acaba sendo somatizada em forma de dor de cabeça, enxaquecas, cansaço, tensão muscular, enjoos, problemas digestivos, etc.

Não se pode ser forte todos os dias, assim como ninguém pode esconder seu mal-estar ou tristeza durante toda a sua vida. Não é saudável nem higiênico. Você deve se permitir este instante de alívio onde as lágrimas atuam como autênticas liberadores de estresse, nervosismo, e emoções. Lembre-se:
Chorar cura
As lágrimas são um alívio que compõe o primeiro passo da mudança. Supõe assumir nossas emoções e liberá-las.
Após o choro chega a calma. Sentimos-nos mais relaxados para ver a realidade e tomar decisões.

A necessidade de ser forte quando a vida nos exige demais

Ninguém sabe melhor do que você o que você investiu para estar onde está. Ao que você teve que renunciar por pessoas que você ama.

E tudo isso foi feito por livre e espontânea vontade, pois era o que você desejava. Sempre chega um momento em que parece que a vida, e mais ainda, as pessoas que nos rodeiam, não nos tratam com o carinho que nós demonstramos por elas.

Você deve ser forte diante de uma sociedade que não facilita a vida em termos sociais e profissionais. Mostrar força diante de uma família que nem sempre é fácil lidar como deveria, diante de pais, irmãos ou parceiro que, em algumas ocasiões, costumam priorizar excessivamente a eles mesmos, sem levá-lo em conta.

E além disso, há dias nos quais você se cansa de ser forte, de levar tudo nas suas costas, e então, é preciso chorar.



É importante estabelecer limites e dar à vida somente aquilo que podemos oferecer.

Ninguém pode dar mais do que tem. É impossível oferecer alegria e felicidade aos outros se eles não retribuírem com o mesmo carinho, com o mesmo afeto. A chave está no equilíbrio. Para conseguir ser forte e poder lidar com todas as tarefas ao longo do dia e, por sua vez, cumprir com estes objetivos que temos em mente levando em conta as dificuldades, é importante colocar em prática estas dimensões:
Ser forte implica, primeiramente, estar bem consigo mesma. Cultive o seu crescimento pessoal, aproveite os seus momentos sozinha, os seus interesses. Ame cada pessoa que você tiver ao seu lado e, acima de tudo, ame a si mesma.
Os mais fortes são os que sabem amar e, por sua vez, amar também a eles mesmos. E não, isso não é um sinal de egoísmo.
Ser forte requer também liberar pesos que dificultam o nosso avanço, que afetam o nosso bem-estar e nos causam sofrimento. Sabemos que dói em muitas situações, mas é necessário deixar de dar prioridade a todos aqueles que não nos consideram.




Ser forte significa se permitir “ser fraco” de vez em quando. O que queremos dizer com isso?
Você tem direito de dizer que “não consegue lidar com isso ou aquilo”, que está além da sua capacidade, que não vai assumir mais responsabilidades do que as que já tem.
Você tem direito de dizer que “não consegue mais” e que precisa de um descanso.
Você tem direito de pedir respeito, demandar carinho, afeto e reconhecimento. Quem precisa de você deve compreender que você também precisa deles.
E, é claro, você tem todo o direito a seus instantes de alívio pessoal, de buscar um instante de intimidade para passear e pensar em si mesma, para chorar, para escutar seus pensamentos e atender as suas emoções, para tomar decisões e avançar.

Porque a vida é, no final das contas, isso mesmo. Caminhar por nossos próprios caminhos vitais com o máximo de equilíbrio e bem-estar interior."




Cortando o cordão umbilical: Os problemas de sua família não são seus.




Por Tais Trajano

A família é nosso primeiro meio social, é onde construímos e nutrimos nossas primeiras relações e também onde iniciamos nosso desenvolvimento do Eu. Os vínculos costumam se desenvolver de forma intensa, por vezes nos tornando cuidadores e defensores de nossa família.

Acontece que muitas vezes esses laços se constituem de forma a não estabelecer limites a essas relações, tornando-as disfuncionais.

Família disfuncional? O que é? “Uma família disfuncional é aquela que responde as exigências internas e externas de mudança, padronizando seu funcionamento. Relaciona-se sempre da mesma maneira, de forma rígida não permitindo possibilidades de alternativa. Podemos dizer que ocorre um bloqueio no processo de comunicação familiar”. Fonte: Boa Saúde

Em muitos casos um familiar responsabiliza-se por resoluções de problemas e conflitos que não deveriam ser de sua preocupação. Veja alguns que estão recentes em minha mente.
Filho que assumiu a posição de ‘chefe da casa’ após separação conturbada dos pais. Além de cuidar de si e de suas questões ‘adolescentes’, o filho sente-se na obrigação de cuidar da mãe e educar o irmão mais novo;
Filho de pais que vivem em meio a separações e ameaças de divórcio. O filho vira mecanismo de reconciliação/separação do casal, sendo peça fundamental para que um ciclo briga-separa-volta se mantenha a todo vapor;
Filha mais velha e adulta sente-se responsável por dar suporte a sua mãe (que criou a filha parte da infância sozinha), seja financeira ou emocionalmente. Tornando-se refém dos problemas da mãe, que são normalmente resolvidos pela filha ou não resolvidos para se manter esse tipo de relação;
Irmã que sente-se responsável por cuidar dos irmãos e já na fase adulta continua a resolver os conflitos e arcar com despesas financeiras dos irmãos;
Mãe que, apesar dos filhos já serem adultos e estarem casados, sente-se responsável por conduzir a vida dos filhos e assumir despesas e responsabilidades deles.

Ao expor os exemplos acima não me refiro a situações isoladas ou casos específicos. Me refiro a ciclos repetitivos que adoecem as relações e sobrepõem responsabilidades individuais, transferindo-as ao outro.

Em casos como os já citados todos têm prejuízos em suas vidas. Uma pessoa sobrecarrega-se, outra não amadurece, mantendo uma relação imatura, sem espaço para desenvolvimento com intuito de melhora.

Para alguns pode ser visto como prova de amor, mas não. Amor baseia-se em troca, respeito mútuo e limites. Estipular limites sim é uma prova de amor, amor ao outro e a si mesmo.

Normalmente quem se encontra neste tipo de situação enfrenta dificuldade em romper com o ciclo vicioso que retroalimenta, no entanto, é extremamente necessário que o indivíduo entenda o papel que vêm exercendo e o que o motiva a manter-se nessa posição (normalmente há algum ganho ou enrijecimento por um ganho do passado). A consciência do funcionamento familiar já é de grande valia já que muitas pessoas vivenciam essas situações sem nem ao menos perceber que algo está disfuncional, mesmo em casos em que haja sofrimento manifesto.

Em alguns casos uma conversa com alguém fora da família, como um amigo, poderá alertar e alterar o status da família. Outras vezes o processo terapêutico se faz necessário.

O processo terapêutico individual por si só já provocará desdobramentos no lidar deste individuo com seus familiares. Agora se o processo terapêutico for familiar, ou seja, todos os membros da família participarem, o processo poderá ser muito mais rápido, pois os conflitos referentes ao envolvimento e mecanismo familiar serão resolvidos por todos juntos, além de propiciar que todos entendam seu papel no funcionamento da família, possibilitando, assim, a escolha de permanecer retroalimentando os laços disfuncionais ou reescrevendo novas formas de organização e arranjo familiar.
Para alguns pode ser visto como prova de amor, mas não. Amor baseia-se em troca, respeito mútuo e limites. Estipular limites sim é uma prova de amor, amor ao outro e a si mesmo.

Normalmente quem se encontra neste tipo de situação enfrenta dificuldade em romper com o ciclo vicioso que retroalimenta, no entanto, é extremamente necessário que o indivíduo entenda o papel que vêm exercendo e o que o motiva a manter-se nessa posição (normalmente há algum ganho ou enrijecimento por um ganho do passado). A consciência do funcionamento familiar já é de grande valia já que muitas pessoas vivenciam essas situações sem nem ao menos perceber que algo está disfuncional, mesmo em casos em que haja sofrimento manifesto.

Em alguns casos uma conversa com alguém fora da família, como um amigo, poderá alertar e alterar o status da família. Outras vezes o processo terapêutico se faz necessário.

O processo terapêutico individual por si só já provocará desdobramentos no lidar deste individuo com seus familiares. Agora se o processo terapêutico for familiar, ou seja, todos os membros da família participarem, o processo poderá ser muito mais rápido, pois os conflitos referentes ao envolvimento e mecanismo familiar serão resolvidos por todos juntos, além de propiciar que todos entendam seu papel no funcionamento da família, possibilitando, assim, a escolha de permanecer retroalimentando os laços disfuncionais ou reescrevendo novas formas de organização e arranjo familiar.





terça-feira, 2 de agosto de 2016

Os parasitas emocionais







"Os parasitas emocionais são aquelas pessoas que vivem às custas de nossos sentimentos, nossas emoções e de nossos pensamentos. Não são necessariamente más pessoas, mas são pessoas que vivem imersas em seus complexos e não conseguem fazer algo por si mesmas.

Assim, pode-se dizer que há dois tipos de parasitas emocionais. Vejamos:

Os parasitas dependentes


Aderem a uma parte de nós e passam a vida nos confiando suas tristezas e seus maus momentos para que os reconfortemos. Estas pessoas precisam de nós para descarregar seu mal-estar com o mundo e, provavelmente, quando estão bem, não temos notícias delas.

Ou seja, quando a pessoa se sente saciada, se esquece de quem lhe deu de comer. No entanto, quando volta a sentir a necessidade de que validem seu estado de ânimo, voltam. Este comportamento, geralmente, não só nos queima e faz com que nos sintamos usados, mas seu estado afetivo negativo nos contagia.

Seu tom da queixa, de desapontamento e de pessimismo é tão habitual que elas exigem opiniões de maneira constante, com o fim de que consigam sair de sua “resmungação”. As lentes através das quais elas veem a vida estão tão energizadas que fazem com que questionemos nossa própria visão de mundo.



Os parasitas agressivos

Em segundo lugar estão aqueles parasitas emocionais que se comportam de maneira agressiva, se aproveitando de seu atrativo, sua liderança e sua capacidade de persuasão, a partir de promessas irrecusáveis.
Estas são aquelas pessoas que vão nos enganando pouco a pouco e invadindo nossa vida. Exigem cada vez mais afeto para si, sem parar para pensar nas consequências emocionais que ocorrerão para a sua vítima.

Nas relações, só contemplam suas necessidades e, embora não o façam de maneira premeditada, sempre tentam satisfazer seus interesses e caprichos acima de tudo. Do mesmo modo, derrubam qualquer pedido vindo da pessoa da qual se aproveitam.

Pedem carinho e atenção, fazendo com que cada vez a situação seja mais insustentável. Assim, vai sendo gerado um sentimento de ineficácia e de pouco valor que desenvolve um estado de insegurança e de baixa autoestima no outro.


Como é de se esperar, esta situação absorve nossas energias, nos desgasta e nos anula. Assim, quando nós percebemos isso, procurando tirar um tempo para nos “desintoxicarmos”, mas ao voltarmos nossas energias voltam a se esgotar.
Tire estes parasitas das suas costas, ande por seus próprios caminhos

Se você sentir que está carregando pessoas em suas costas, o mais adequado é que você analise e reflita sobre os desequilíbrios emocionais que estão provocando estas relações.
Lembre-se de que o parasita emocional lhe transmite e contagia com seus estados emocionais, sendo possível que você se sinta cansado e diminuído psicologicamente.

Assim, o importante é que você recupere todas aquelas necessidades próprias que ficaram largadas com a finalidade de atender seu parasita. Uma vez que você tenha sua energia de volta, faça-a prevalecer. Fazer isto não significa que você deixa de amar a pessoa, mas que você está se protegendo de determinados aspectos para poder manter seu equilíbrio emocional.

Você não pode se sentir incapaz ou culpado por não poder satisfazer as necessidades do outro. Cada um é responsável por sua vida e os demais apenas fazem parte dela, mas não são sua totalidade. Lembre-se de que “cada um tem a sua sorte” e não imponha o papel de salvador ou salvadora a si mesmo, pois somente nós somos responsáveis por nossa felicidade."


5 tipos de vampiros emocionais




Estão aí fora, esperando-nos, atraindo-nos para nos deixar vazios em seguida. Parecem boas pessoas, e confiamos mais neles que em qualquer outro. Esperamos mais, mas recebemos menos. São eles, os vampiros emocionais. Não procuram rastros de sangue, querem a sua energia emocional.

Da mesma forma como o restante dos vínculos que desenvolvemos ao longo da nossa vida, os vínculos emocionais crescem de uma forma ou de outra, dependendo de como forem alimentados.Naturalmente, se você lhes alimentar com tristeza, inveja, queixas ou revolta constante, o que você fará é criar vínculos pouco saudáveis.

Existem relações que podem ser excessivamente prejudiciais, produzindo um drama de dimensões enormes e se transformando em um atentado ao seu bem-estar emocional.

Existem pessoas que, intencionalmente ou não, podem fazer você se sentir deprimido, confuso, chateado e inclusive desgastado.

A verdade é que, sem estratégias de autodefesa para se manter na linha, as vítimas das pessoas tóxicas desenvolvem comportamentos e sintomas pouco saudáveis (comer em excesso, isolar-se, mudar de humor facilmente, constantemente se sentir cansado…).

Estas são chamadas de muitas formas, pessoas tóxicas, vampiros ou depredadores emocionais, parasitas, etc. Na verdade, ainda que esta classificação não tenha base cientifica, existem pessoas que esgotam e fazem você entrar em um estado de resignação e aflição que é difícil de lidar.

A seguir definiremos 5 tipos de pessoas que intoxicam as emoções, sugando a sua energia como um vampiro e observando você como se fosse um depredador.
Tipos de vampiros emocionais

1 – A pessoa passivo-agressiva


Este tipo de pessoa expressa raiva com um sorriso na cara ou com preocupação excessiva, mas sempre mantém a calma. São especialistas em camuflar e adoçar a hostilidade. Todos já usamos esta técnica alguma vez, mas estas pessoas abusam dela.

A melhor autodefesa é conduzir o seu comportamento mantendo plenamente as suas convicções, criando limites e fazendo-os valer. Você merece ser tratado com amor e sinceridade e não deve permitir que lhe a pessoa lhe fale “como se estivesse lhe perdoando a vida”.

2 – A pessoa narcisista

Tudo gira em torno deles, pois se acham o umbigo do mundo. São egocêntricos, vaidosos e estão famintos por admiração e atenção. Podem aparentar ser pessoas inteligentes e encantadoras, até que veem ameaçada a sua condição de guru, de exemplo a seguir, ou de autoridade intelectual.


Já que o seu lema é “eu primeiro”, revoltar-se ou expressar de forma assertiva as suas necessidades não terá efeito algum sobre eles. Já que costumam carecer de empatia ou tê-la bem enterrada, podem ter dificuldade de entender o amor incondicional fora de si mesmos.


Portanto, a melhor autodefesa é desfrutar das suas boas qualidades, mas sendo realista quanto às suas expectativas em relação a eles. Enquanto isso, não deixe que o esmaguem, ou que o façam se sentir inferior, entenda que o seu narcisismo é a sua necessidade.


Você pode conseguir a sua cooperação sempre que apelar para o seu próprio interesse e lhes mostrar como a sua solicitação irá beneficiá-los.


3 – A pessoa furiosa



Este vampiro tem o ofício de acusar, de atacar, de humilhar, de criticar e de criar conflitos. São viciados na ira, em reter as coisas, em castigar os outros. Congelam você e lhe batem, quebrando-o em mil pedaços com a sua fúria.

A melhor autodefesa é proteger a sua autoestima para que a sua ira não a atropele. Tome o seu tempo, crie pausas e respire. Procure manter-se neutro e equilibrado frente aos seus ataques de fúriae não responda até que você se sinta calmo.

Desta forma, você conseguirá desarmar essa pessoa, deixando-a espairecer para depois expor a sua visão, fazendo com que reconheça e perceba a sua posição.
Fazendo isto, você conseguirá inclusive sentir empatia por elas, perguntando-se sobre a dor que a faz se revoltar dessa forma.

4 – A pessoa mártir


Existem por todo lugar. Os mártires são os reis e rainhas do drama. Eles sabem como fazer você se sentir mal por algo, pressionando os botões da insegurança e jogando sal nas suas feridas.

A melhor autodefesa é deixar de lado a ideia de que você tem que ser perfeito. Todo mundo comete erros. Mas se de verdade você se sente culpado por alguma coisa, então afaste-se para outro lugar e chore se for necessário.

Você também pode responder aos seus ataques com uma declaração positiva como a seguinte: “Compreendo o seu ponto de vista, mas quando você diz … você fere os meus sentimentos. Agradeceria se você parasse de fazer isto”.

5 – A pessoa invejosa e fofoqueira



São as pessoas intrometidas, essas que se deleitam falando dos outros pelas costas, arrastando a sua reputação e propagando rumores maliciosos. Quando fazem isto, todo mundo ao seu redor se sente humilhado e menosprezado.

A melhor autodefesa é não se preocupar com o que essa pessoa diz de você e não levar os seus comentários para o lado pessoal. A atitude correta é subir um degrau e ignorá-los. Além disso, se você estiver em um grupo e começarem a falar de alguém, a melhor saída é mudar de tema e nunca participar de nenhuma fofoca.

Ainda assim, é prudente deixar claro que você sabe o que essa pessoa está fazendo e que isso não lhe faz bem. Você pode se dirigir a ela e dizer-lhe algo assim como “Os seus comentários ferem. Como você se sentiria se dissessem isso de você? Por favor, deixe de falar de mim”.

Identifique as pessoas que lhe causam dor e crie os seus próprios mecanismos de autodefesa para proteger o seu bem-estar emocional.
Tomar distância e se afastar das pessoas complicadas melhora a sua saúde.



Copiado daqui:



Manipulados e manipuladores.



Por : Ana Luisa Testa




Parece um divertido jogo de poder. Não é. Manipulação é abuso, cometido especialmente por aqueles que deveriam ser os últimos a cometerem: pais, irmãos, namorados, amigos e todas as demais pessoas importantes para o abusado. A dinâmica é perniciosa, pois o manipulado está preso emocionalmente ao manipulador. O interessante nisso tudo é que algumas manipulações são tão elaboradas que o manipulado sequer percebe que está nesse emaranhado, e pensa ele próprio desejar aquilo que o manipulador deseja também. E acaso perceba provavelmente vai desculpabilizar o manipulador, porque um dos fatores mais importantes nessa arte é parecer ser boa pessoa. Queridos, não se deixem enganar. Manipuladores são egoístas, não se importam com o que você sente, ou com o que você quer. Sua função na vida deles é clara: objeto de manobra, meio para conseguir vantagens para si próprio. Manipuladores são sedutores, verdadeiros artistas na fala e na escrita. Lembro-me de um personagem do livro O Senhor dos Anéis que se chamava Língua de Cobra, e como ele manipulava o rei plantando suas ideias na cabeça dele, acabava sendo o homem mais poderoso do reino. Será que também não nos contaminamos com ideias que terceiros plantam em nós para extrair algum benefício? O manipulador é craque em inverter o jogo: sabe culpar o outro por suas próprias ações e adora fazer-se de coitado. Isso soma dois bons instrumentos para sua prática: planta culpa e pena no interior do manipulado. Saibam que mentem, distorcem, criam versões e sabem o que estão fazendo. Existe nesse tipo de indivíduo uma falta de consciência humana (falta ética). Alguns por perversidade, outros por ignorância e incapacidade de amar. E se seu esquema não funciona, usa seu grande trunfo: a chantagem emocional. Acusa o manipulado de ingrato, traidor, e ameaça romper a relação. E o papel que o manipulado exerce nessa dinâmica relaciona-se a sua dificuldade de dizer não, sua dificuldade em identificar seus próprios desejos e pensamentos, sua tendência à colocar o outro em primeiro lugar, sua busca por paz e harmonia, seu medo de rejeição e de solidão, sua baixa autoestima e invariavelmente sua disposição em levar o mundo nas costas.




“Vejam como sou bom.”

Esse papel pode dar ao manipulado uma grande satisfação. Porque ele carrega a cruz como ninguém. E não se resigna a carregar apenas a sua. Corporalmente tende inclusive a ser um sujeito parrudo, um belo animal de carga. Para quê? Se você ama alguém, devolva a cruz para a pessoa por gentileza, você está colaborando para que seu amado seja um incapaz e dependa eternamente de você. Se cada um cuidasse de sua cruz teríamos um mundo melhor. Manipulado, tome distância, defina limites. Vá cuidar da sua cruz, ela está carente de sua atenção. Não pense que pode escapar dela por ter tantas outras para cuidar. Você pode empoderar-se e libertar-se dessa dinâmica doentia de dependência e manipulação. Já imaginou como seria trocar o mundo que está pesando em suas costas por asas?

terça-feira, 26 de julho de 2016

Viver mata! Lide com isso



Viver mata! Lide com isso
Acompanhando as mídias sempre aparece uma novidade QUE MATA. Uma comida, um hábito, qualquer coisa pode, de uma hora para outra, matar. O mais doido é que o que era considerado extremamente saudável em um mês, pode passar a ser mortífero no mês seguinte.
“Coma salmão, tem ômega 3!” “Não coma salmão, é cancerígeno!” “Beba chá verde!” “Pessoa morre por excesso de chá verde!” “Comer carne faz mal.” “Não comer carne faz mal.” “Fazer isso causa aquilo.” “Fazer aquilo causa isso.”
Tudo bem. É a evolução do conhecimento que impulsiona este movimento infinito…Mas o conhecimento evolui de modo tão radical assim, que faz com que o mesmo salmão que fazia muito bem um mês atrás, possa fazer muito mal no mês seguinte?
A ideia que estou me propondo a expor é : VIVER MATA! LIDE COM ISSO.
Uma pessoa pode ter um estilo de vida considerado impecavelmente saudável e adquirir um câncer fatal, por exemplo. Outra, pode viver uma existência de vícios até os 110 anos. E ser, em alguns momentos, feliz. Como todos. Ninguém é feliz integralmente. E se diz que sim, mente. Existem tendências, probabilidades, mas nesse assunto – até quando alguém irá viver? – não existe nenhuma certeza. A única certeza é a de que, a cada dia, estamos, todos os viventes, mais próximos da morte. “A morte é o destino da vida.” Já nos disse Freud.
É a existência da morte, ou seja, o limite da vida, que traz o encanto de se viver.
Você imagina ter que ser você para sempre? Eu não gosto nem de imaginar. EU tenho prazo de validade. E que venham OUTROS!
Coma o que comer, beba o que beber, faça o que fizer, você não estará se protegendo da morte. Você estará escolhendo a sua forma de viver. Faça a sua escolha, e deixe que os outros façam a deles. Carpe diem!


domingo, 24 de julho de 2016

Se você deseja algo, deixe-o voar!



Se você quer pegar uma borboleta, quanto mais a perseguir, mais ela irá escapar de suas mãos; em contrapartida, se você a deixar livre, ela pode pousar naturalmente em seu ombro. Se aplicamos esta frase tão famosa à vida real, poderíamos compará-la às pessoas com tendência a pressionar os outros.

Quem persegue e pressiona muito costuma fazer com que as pessoas ao seu redor se afastem. Para comprovar este efeito, pense se você já teve alguma vez um amigo ou conhecido que o pressionasse de forma exagerada e, por isso, você preferiu perder o contato com ele(a).

Como regra geral, não gostamos de nos sentir obrigados a nada. Quando algo nos interessa, nós, por conta própria, vamos atrás. Insistir muito, seja no campo da amizade ou do relacionamento amoroso, frequentemente acaba levando as pessoas a quererem se afastar.

Por exemplo, imaginemos ter uma amiga com a qual costumamos ter contato frequentemente, mas por uma situação de muito trabalho, falta de tempo ou necessidade de individualidade, já não temos vontade de encontrá-la. É aí que nos damos conta do tipo de pessoa com a qual estamos nos relacionando.

Personalidade saudável e madura

Se você deixa de contatar alguém de quem gosta, este poderá insistir em retomar o contato, mas de uma forma que não restrinja sua liberdade. Uma maneira saudável de agir seria fazendo comentários do tipo: “O que você acha de tentarmos nos encontrar qualquer dia, já que faz muito tempo que não nos falamos?”, “Espero que você esteja bem. Vamos tentar conversar qualquer dia, sinto saudades”, “Como você está? Podemos marcar um café quando você puder”.

Esta forma de falar demonstra vontade de querer retomar o contato, mas sem pressões ou vitimismo. Se não houver resposta da outra parte, a pessoa deveria deixar a outra “voar”, pois está claro que, pelo motivo que seja, não há vontade ou tempo para retomar o contato. Quando uma personalidade saudável deseja contatar alguém e se dá conta de que não há correspondência, ela se afasta sem pressões ou aborrecimentos.

Respeitar a liberdade dos outros

Exemplos de frases que poderiam ser ditas por alguém que não respeita nossa liberdade, com a qual decidimos não seguir contato:

“Por que você não me escreve mais? Está chateado/a?”, “Faz tempo que não sei nada sobre você, não sei o que lhe fiz, mas você está me fazendo muito mal”, “Faz muito tempo que estou tentando marcar algo, mas você está sempre se esquivando”, “O que está acontecendo?”, “Não entendo esta atitude de me ignorar, temos que conversar urgentemente sobre isso”.

Dar a entender que existe um mal estar, cobrar explicações e insistir para conversar com urgência são pressões para tentar fazer o outro se sentir culpado quando, na realidade, os motivos pelos quais alguém deixa de manter contato podem ser múltiplos. Por isso, tirar conclusões precipitadas e pressionar não costuma dar bons resultados.

Pressionar causa um efeito negativo

Pressionar não segura ninguém, e inclusive pode fazer com que a pessoa queira se distanciar por ter uma sensação de perda de liberdade. Em contrapartida, aceitar a situação pode fazer com que a pessoa que se distancia volte quando tiver vontade.

É o exemplo das boas amigas que nem sempre têm um contato muito frequente, mas que mantêm a amizade sem pressões e aceitam o espaço pessoal de cada uma, sabendo que são livres para se distanciarem quando precisam de solidão ou estão sem tempo. Esta liberdade de saber que a vontade de querer desconectar-se por um tempo não será tomada de forma negativa pelo outro é o que mais une as pessoas.

Quando sentimos que nossa maneira de agir é aceita, é o momento em que as relações adquirem mais confiança, pois sentimos a liberdade de distanciar-nos sabendo que esta atitude é compreensível. Há alguém disposto a aproveitar a sua companhia quando possível, aceitando que nem sempre será assim devido a diferentes circunstâncias.

Se você gosta de alguém, deixe que esta pessoa voe em liberdade; deixe que a vida flua de forma natural e o tempo colocará cada coisa em seu lugar. A pessoa que é “para você” voará a seu lado por vontade própria, sem necessidade de pressões ou vitimismo.

A melhor receita para atrair pessoas que desejam desfrutar de sua companhia: deixar-se conhecer, mostrar o seu melhor, demonstrar seus interesses para que o outro dê o seguinte passo. Se houver sintonia, ótimo; se não, dê liberdade e vá em busca de outra borboleta.

Fonte  :    A mente é maravilhosa

Textos no arquivo :

"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma... Todo o universo conspira a seu favor!" - Goethe "Sou sempre eu mesma,mas com certeza não serei a mesma para sempre!" Clarice Lispector

Mudanças


"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma... Todo o universo conspira a seu favor!" - Goethe





"Sou sempre eu mesma,mas com certeza não serei a mesma para sempre!"



Clarice Lispector