Por:
Flávio Gikovate
Pode parecer também que o tipo mais espontâneo e sincero é mais veemente na defesa de suas idéias, enquanto o mais delicado tem menos interesse em fazer prevalecer seu ponto de vista, ficando sempre em cima do muro. Embora muitas vezes tais considerações sejam verdadeiras, penso que não é tão simples fazer a avaliação da conduta mais adequada. Esse assunto não só envolve questões morais, mas diz respeito à eficácia da comunicação entre as pessoas.
Sob o aspecto moral, a preocupação com o outro se impõe sempre. Ser honestos e sinceros não nos dá o direito de dizer tudo que pensamos. A franqueza pode ser prejudicial. Por exemplo, se uma pessoa, ao encontrar um amigo de rosto abatido, falar: Puxa, como você está pálido! Até parece doente, estará sendo sincera, mas tremendamente insensível. A verdade não subtrai o caráter agressivo da afirmação; pelo contrário o acentua. Na prática, acredito que uma boa forma de avaliar uma ação é pelo resultado. Se o efeito for destrutivo, a ação será nociva, independentemente da boa intenção daquele que a praticou.
A tese de que devemos falar tudo o que pensamos é ainda mais indefensável quando o objetivo é facilitar o entendimento e a comunicação. Indiscutivelmente o ser humano é vaidoso e, se se sentir ofendido por alguma palavra ou atitude do outro, acabará desenvolvendo uma postura negativa em relação a essa pessoa. Se alguém iniciar uma frase com expressões do tipo Você não percebe nada, Qualquer idiota é capaz de compreender que..., elas provocarão uma espécie de surdez imediata. Não ouviremos o resto do argumento ou então o ouviremos com o intuito de encontrar bons raciocínios para derrubá-lo.
Quando a gente se expressa, é preciso ter extremo cuidado com as palavras, pois elas atingem positiva ou negativamente o interlocutor. No processo de comunicação, a recepção é tão importante quanto a emissão dos sinais. Temos que nos lembrar disso se quisermos agir de modo construtivo para nós e para os demais. O descaso pelo receptor indica desrespeito moral e agressividade (voluntária ou não). Há pessoas que só têm interesse em mostrar como são perspicazes e brilhantes. Querem ficar por cima. Querem ensinar e não aprender. Despertam raiva, não admiração, pois a arte de seduzir caminha exatamente na direção oposta. Um homem (ou uma mulher) atraente faz o outro se sentir bonito, legal e inteligente. Prefere dar atenção a repetir o tempo todo Como sou bárbaro e maravilhoso.
Qual a pessoa que gosta de se aproximar de alguém cujo objetivo principal e a autopromoção constante? Quem atura discursos intermináveis baseados num narcisismo oco? Praticamente ninguém. O descaso pelo interlocutor é, a meu ver, fruto de um individualismo acirrado e oculta o desejo inconsciente de se dar mal na vida.
Oi Rejane.... bacana este texto do Gicovate!
ResponderExcluirPenso que temos que tomar muito cuidado com nossas
palavras. As vezes as pessoas que nos ouvem entende
uma coisa quando queremos dizer outra.
Saber ouvir é uma dádiva!!
bjs
Tudo verdade...
ResponderExcluirser prolixo é a pior coisa do mundo!