Médicos alertam para o perigo da depressão entre os homens | |
Por Maria Fernanda Schardong |
Os sintomas são os mesmos, tanto para eles quanto para elas: tristeza persistente, insônia, apatia, pessimismo, irritabilidade, falta de energia, pensamento suicida, perda de peso, diminuição do desejo sexual e dores aparentemente sem causas. Porém, segundo o psiquiatra Acioly Lacerda, os homens apresentam algumas características que tornam o quadro mais preocupante. “Geralmente, os homens abusam de álcool e substâncias tóxicas como forma de fugir da condição que a doença lhes causa, apresentam quadros de irritabilidade e raiva constantes, se isolam dos amigos e família e ainda apresentam o dobro de chance em cometer o suicídio”.
Para os homens que já passaram dos 50, o perigo do suicídio fica mais grave. “A depressão masculina na meia idade apresenta uma redução dos comportamentos impulsivos. Porém, apresenta um aumento da taxa de suicídio (em geral, o homem é muito mais rápido na execução de um plano suicida e não sinaliza a ideia). Além disso, ele é mais vulnerável que a mulher a situações de estresse, como perda de emprego ou separação. No idoso, também costumam predominar sintomas físicos (dores, falta de energia, perda de apetite e peso, fadiga, insônia, alerta o psiquiatra.
A relutância deles em aceitar e tratar a depressão acaba distorcendo as estatísticas. “Homens com depressão sentem vergonha, especialmente porque a doença faz com que eles percam a produtividade no trabalho de forma gradativa, o que coloca em xeque a capacidade de ser provedor da casa. Muitos homens não admitem e não entendem a doença”, afirma. Ainda de acordo com o psiquiatra, o que diferencia homens e mulheres não é a vulnerabilidade à doença, e sim a capacidade de admiti-la e procurar ajuda médica.
O que leva um indivíduo a entrar numa tristeza profunda, tão profunda a ponto de tornar-se uma doença, ainda não está comprovado. Embora muitas teorias apontem a depressão como conseqüência de uma disfunção no sistema nervoso central, a causa ainda é desconhecida. “Apesar do difícil diagnóstico e da gravidade da doença, existem tratamentos eficazes atualmente. Os mais comuns envolvem psicoterapia e medicamentos e, para que haja o desaparecimento completo dos sintomas, é preciso que seja aplicado um tratamento completo.
Vale ressaltar que todo tratamento deve ser acompanhado de uma orientação médica”, indica Acioly.
Texto muito bom.
ResponderExcluir"Somos uma sociedade de pessoas com notória infelicidade:solidão, ansiedade, depressão, destruição, dependência; pessoas que ficam felizes quando matam o tempo que foi tão difícil conquistar."
Beijos meus.