De vez em quando, entre amigos, surgem aqui e ali conversas mais sérias, que geram discussões saudáveis, trocas de ideias, reflexões e conclusões que vão alterando certos conceitos dados como certos e há muito definidos.
Por vezes somos levados a concluir que neste mundo em constante mudança, são de prever alterações não só físicas, ou ambientais, como também de comportamentos. Por vezes acordamos para realidades que não nos deixam indiferentes e que devemos acompanhar como fazendo parte da natural transformação inerente ao ser humano, quer concordemos ou não com elas.
Visioná-las, radiografá-las, fazer um diagnóstico que pode ou não ser consensual é tarefa que me faz deambolar e perscrutar sem grande pretensão no mais profundo e recôndito esconderijo da mente, tentando decifrar códigos e padrões que de maneira indelével vão modificando o nosso quotidiano.
Esta introdução serve para a questão colocada num grupo, onde se perguntou qual a causa do crescente aumento de divórcios e do facto de cada vez mais gente querer viver sozinha.
Enquanto alguns defendiam que vivemos num mundo cada vez mais egoísta em que as pessoas fogem da responsabilidades, dos compromissos, das ligações que impliquem fidelidade, constância e abnegação, outros altercavam dizendo que em situações em que era pedida solidariedade, ajuda, apoio material e emocional, aí o panorama era totalmente diferente e a entreajuda, a dádiva, a entrega e o altruísmo se faziam notar, entrando em contradição com o aparente egoísmo.
E nestas conversas há sempre alguém que talvez devido à idade, ao estudo, às vivências, consegue arranjar um ponto de equilíbrio e fazer com que olhemos de maneira diferente para questões que por vezes catalogamos sem certezas da sua autenticidade.
Individualidade, é a nova palavra de ordem.
As pessoas hoje, mais que nunca, querem testar e desenvolver as suas capacidades, descobrir o potencial de que dispõem, garantindo desta forma uma satisfação interior que não passa pelo exibicionismo nem publicidade das conquistas que vão sendo atingidas a nível do desenvolvimento pessoal.
Há necessidade de acreditarmos em nós próprios, de inovarmos, de sermos pioneiros, de se poderem traçar objectivos que nos permitam viver sem medos, conscientes do nossos valores, definindo estratégias que não impliquem dependência e aprovação e que nos possibilitem caminhar com autonomia e segurança, sem contudo revelarmos ou fazermos alarde das nossas conquistas, conscientes da nossa força para conduzirmos as nossas vidas, não abdicando da nossa individualidade. Simultaneamente vamos ficando mais atentos e receptivos ao mundo que nos rodeia, com a possibilidade de intervirmos de forma assertiva promovendo desta forma o bem estar de todos.
Será afinal, que aquilo que conhecemos como atitudes egoístas, são ao fim ao cabo uma forma de caminhar lado a lado sem nos esquecermos de quem somos, para onde queremos ir e o que queremos aprender?
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Rejane