Dualidade. Yin e Yang. Bem e mal. Certo e errado…
Perfeito e Imperfeito…
Pras pessoas reais, tridimensionais, de carne e osso que tem coragem o
suficiente para assumir suas “perfeitas imperfeições”.
Sem máscaras, sem enganação, sem viver uma personagem, você é justamente
perfeito pois:
Sente ciúmes de vez em quando.
Fica mau-humorado
Já sentiu raiva.
Às vezes é superficial.
De vez em quando acorda com uma preguiça…
Tem dias que queria que o mundo explodisse.
Xinga no transito.
Manda seu chefe a M***a em pensamento.
Fala o que você pensa, e não o que as pessoas gostam de ouvir.
Sabe que nem sempre você está certo.
Às vezes fica de cara amarrada.
Já magoou alguém, mesmo sem querer…
Não tem vergonha de se desculpar por isso…
Você é assim por que é real, sente e tem sentimentos reais. Eu sou
assim, imperfeita, cheia de defeitos, mas é o que sou.
Pessoas reais abraçam sua essência. Entendem que é errando que se
aprende a acertar.
Jogar sempre no que é seguro, nunca errar, nunca perder a paciência,
nunca ficar de mau-humor é o mesmo que viver uma vida sem sentir nada, ser
lobotomizado, ser catatônico. Mero expectador de sua história.
Não quero a perfeição… Prefiro ser assim, real, humana, errando e acertando…
Vivendo e aprendendo.
Abraçando minha essência e meu Eu, imperfeito, mas perfeito mesmo assim…
Por Rebel Heart
Poema em linha reta
Fernando Pessoa
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Os versos acima, escritos com o heterônimo de Álvaro de Campos, foram extraídos do livro "Fernando Pessoa - Obra Poética", Cia. José Aguilar Editora
Fernando... Eterna... Pessoa
ResponderExcluirLindo Re.
Beijinhos
Rejane..perfeito o texto. Sua postagem foi enriquecida com o poema do grande Fernando Pessoa.
ResponderExcluirParabéns!!
Um beijo,
MA Ferreira
Textos perfeitos!!! Adoro vir aqui!!! bjs Sandra
ResponderExcluirhttp://projetandopessoas.blogspot.com//
Rejane:
ResponderExcluirFiquei muito feliz com sua visita a meu blog. Muito mais feliz, fiquei com seus comentários. Eu penso do jeitinho que vc escreveu.
Um beijo...
Ma Ferreira
mdfbf@blogspot.com
Simplesmente fantástico.
ResponderExcluirBeijo.
Rejane,
ResponderExcluirQue tesouros incríveis você nos coloca à mostra?!?!?! Textos maravilhosos e eu sou assim, sem máscara, sou o que sou, e "boi não lambe".
Quando se é adolescente ainda pode-se admitir o "desempenhar papeis". Mas na na vida adulta, alto lá, temos que ser nós mesmos, sem representações amadoras, pq na realidade ninguém engana ninguém. Se não formos nós mesmos, estaremos enganando a nós mesmos. E eu vim pro mundo pra ser inteira, ser eu, agradando ou não agradando. Assim, sou mais feliz! (Aff!!! Escrevi demais!!!) rsrsrs...
Amei, como tudo o que você coloca aqui nesse seu super e rico espaço. Beijos com muito carinho!
Rejane.. Passei pra dar um oizinho.,. e tomar um cafézinho com vc.
ResponderExcluirmas vc não tava.
Volto depois..rs
Beijo, saudades
Ma