"Vença a si mesmo e terá vencido o seu próprio adversário." (Provérbio japonês)



“Presos ou soltos, nós, seres humanos, somos muito cegos e sós. Quase nunca conseguimos transcender os nossos estreitos limites para enxergar os outros e a nós mesmos sem projetar o nosso próprio vulto na face alheia e a cara dos outros na nossa.”

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terça-feira, 20 de abril de 2010

O outro, como espelho da alma

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Sabia que as pessoas que estão ao seu redor, com as quais você se relaciona dizem muito a seu respeito? São como verdadeiros espelhos, refletindo o que não conseguimos ou não queremos ver. O que está escondido bem lá no nosso mais íntimo.
Nossas relações possibilitam que coloquemos as claras muitas crenças e sentimentos que nutrimos por nós mesmos e não nos damos conta. Você já percebeu que há algumas pessoas que nos incomodam, que nos tiram do sério? Vira e mexe, estamos fazendo algum tipo de referência a tal pessoa, seja pelo modo arrogante de ser, pelo seu autoritarismo, pelo seu mal humor. Parece que existe algo nesse outro capaz de disparar em nós um sinal de alarme, de inquietação.Nesse caso, é melhor olhar com atenção e tentar definir o que está gerando esse incômodo. Descobrir quais atitudes e comportamentos alheios estão nos tirando tanto do sério.
Perceba, talvez você também aja da mesma forma. E, é justamente por isso que tais ações incomodam tanto.

Não é fácil observar, muito menos admitir aspectos negativos no nosso jeito de ser. Dessa forma, isso aparece refletido no comportamento alheio. Seria como se ele jogasse na nossa cara particularidades e atitudes nossas que negamos e tentamos esconder.
Aí, não há mais jeito. Não adianta implicar, muito menos reclamar. O melhor mesmo é reconhecer que tais atitudes também nos são peculiares e, se alguém tem que mudar, que sejamos nós. Não exija isso de mais ninguém. Um outro aspecto interessante de se observar nessa relação de espelhos é o que sentimos a partir da relação com o outro. Em um convívio mais próximo e cotidiano é muito comum que se despertem sentimentos vindos das atitudes e da forma do outro nos tratar.
Às, vezes, por exemplo,  podemos nos sentir menosprezados, humilhados, traídos e mal amados. E, nesses casos é muito fácil culpar e entender que é o outro o grande vilão da história. Mas as coisas não são bem assim.
 O outro não tem, necessariamente, nada  a ver com isso. A responsabilidade do que você vai sentir ou deixar de sentir é só sua e de mais ninguém. Nesse caso o papel do espelho foi puxar e trazer a tona crenças que construímos a partir de experiências antigas, que por serem desagradáveis estavam muito bem guardadas e escondidas.
Lembre-se: por mais que você não tenha consciência, aquilo que você pensa que o outro teve culpa em fazê-la sentir é na verdade o que você sentia e achava a seu respeito há muito tempo e nem sabia disso.
Quanto a gente não perde relutando em tomar certas decisões, nos boicotando para não irmos atrás de algo que queremos muito e não sabemos bem o por que disso. Daí aparece alguém e deixa tudo muito claro. Nossas inseguranças, nossos medos, nossa baixa auto-estima aparecem gritando e logo saímos culpando o outro, de novo, o algoz da história.  Calma, claro que não é fácil reconhecer nada disso, mas já que tudo isso veio as claras é melhor aceitar e entender que é uma excelente oportunidade para resolver e transformar tudo isso. É uma forma de tomar consciência das nossas crenças, que estavam nos limitando e fazer algo para mudar. A responsabilidade é só sua! Não espere nada do outro, ele já fez a sua parte. Agora é com você. Bendito esse que está sempre diante de nós, refletindo nossa verdade interior, nos dando, assim, a oportunidade de olhar profundamente para nossa alma, afim de descobrir quem sou de verdade e o que preciso fazer para ser e estar mais satisfeito e feliz comigo mesmo e com o outro.

Fonte: http://www.minhavida.com.br/




                 Todos nós ao nascer ganhamos um espelho

                                 "Se você odeia uma pessoa, odeia algo nela que faz parte de você."



Por Ernani Fornari (Dharmendra) 


Este espelho é, então, colado no nosso peito. E assim vivemos toda a nossa vida, refletindo o outro e vendo no (espelho do) outro o nosso reflexo.

Hermann Hesse disse: ”Se você odeia uma pessoa, odeia algo nela que faz parte de você. O que não faz parte de nós não nos incomoda.”Viver considerando isto, vai desenvolvendo nossa compaixão, nossa tolerância, nossa empatia e nossa solidariedade para com as nossas fraquezas e dificuldades e as dos outros.
100% do que somos e vivemos (inclusive o que supomos ser acidentes) é fruto de nossas escolhas e opções. Conscientes ou inconscientes.Desta ou de outras vidas. Viver consciente disto desenvolve nosso discernimento e nossa responsabilidade para com a vida, com as pessoas e com nossas atitudes.
Livre-se da culpa – A única função da culpa é manter sua auto-estima baixa (por isso algumas religiões fomentam a idéia da culpa para assim manter poder). Transmute a culpa por responsabilidade. Ninguém é culpado de absolutamente nada, mas todos são completamente responsáveis por tudo.Viver assim te torna mais atento e cuidadoso para com toda a existência.
Desenvolva a aceitação – Sempre que entramos em contato com alguma dificuldade ou fraqueza nossa,através de alguém ou de alguma circunstância, normalmente o primeiro impulso da mente/ego é:
ou nos defendemos, negando e resistindo a entrar em contato (muitas vezes entrando na irritação e na revolta, geralmente imputando a culpa a alguém ou a alguma coisa), ou entramos na condição de vítimas, mergulhando na baixa auto-estima. Aceite sua natureza humana como ela é e aceite também a sua sombra.

Entenda que você está aqui na Terra para aprender e expandir sua existência. Um Mestre hindu falou: “Errar, ter defeitos, falhas, fraquezas, é seu direito. Trabalhar para transmutar isso tudo é seu dever”.

Tudo no Universo tem duas polaridades: yin/yang, masculino/feminino, positivo/negativo, etc. As emoções e os sentimentos também têm duas polaridades: o outro lado da tristeza é a alegria, do medo é a coragem, da raiva é a energia de realização, do ódio é o amor e o perdão, da ansiedade e da angústia é a calma e o centramento, da baixa auto-estima é a confiança em si mesmo, enfim, nosso grande trabalho de transmutação é estar constantemente reequilibrando estas polaridades. Os hindus diriam que devemos estar sempre transmutando Tamas e Rajas em Sattwa, isto é, trazendo sempre os pensamentos, sentimentos e atos densos, limitadores e negativos, para as freqüências mais sutis.
Viver assim economiza um bocado de energia. Considerando que tudo na vida é passageiro, é mais inteligente procurar mudar a polaridade das coisas e dar a volta por cima do que ficar naufragando constantemente nos mesmos padrões psico-emocionais.
Desenvolva a neutralidade e a observação.Os índios chamam isto de “visão da águia”: sair voando de dentro do burburinho dos eventos e, de cima, com uma perspectiva ampla, observar os acontecimentos sem identificação ou julgamentos. Ou, em outra comparação: sair de dentro do rio caudaloso de nossa vida – onde estamos imersos até o pescoço – sentar na margem e observar.Quando dentro do rio, imersos até o pescoço, qualquer ondinha nos parece um vagalhão, mas quando nos sentamos à beira do rio, a ondinha novamente vira ondinha, e aí podemos ter uma perspectiva mais correta e um envolvimento menos sofrido com as coisas. Isto desenvolve uma profunda consciência da relatividade dos pontos de vista e, por conseguinte, o redimensionamento da nossa identificação e envolvimento com a transitoriedade da vida.
Evite as comparações – Lembra do “jardim do vizinho é sempre mais bonito?” grande engano! Grande armadilha! Mal sabemos que o vizinho ao olhar nosso lado também pensa a mesma coisa sobre algum aspecto de nós… Considerar este fato te livra do peso dos julgamentos alheios e te torna mais centrado em teu próprio eixo.
Os hindus dizem que todas as doenças que existem – sejam físicas, emocionais, psíquicas ou energéticas – derivam, de uma forma ou de outra, de uma única doença: a ignorância de nossa natureza real, a Unidade (eles chamam esta ignorância de vida e a Unidade de Brahman).Toda a criação é uma grande web onde tudo é interagente, interdependente e holográfico. Realmente não estamos irremediavelmente presos a tempo e espaço e às três dimensões (não só as antigas tradições, mas a física quântica atual afirma amplamente esta questão).
Considerando nossa natureza una, saiba que não há nada fora de você que você precise obter que já não tenha. Está tudo dentro de você, todo o Universo. Você apenas precisa relembrar sua natureza original, que está pulsando em cada partícula do Universo, em cada pessoa, em cada ser de cada reino. Todo amor, paz e felicidade já estão dentro de você, sempre.Você decididamente não é um pecador.

Você não é uma pedra bruta que precisa ser lapidada – Você já é uma jóia pronta, maravilhosa, só que recoberta pela poeira desta ignorância primordial.Passar a considerar estas verdades milenares em nossa vida cotidiana desenvolve nossa co-participação consciente no Universo nos seus mais diversos níveis de existência.
Todo o Universo é consciente! Cada pessoa, cada animal, cada planta, cada pedra, cada célula, cada átomo, cada galáxia… A consciência não é um privilégio do cérebro humano, que é apenas um dos veículos onde esta Consciência se expressa. Esta é a chamada onipresença e onisciência de Deus. Os índios têm formas sofisticadas de entrar em contato e interagir com a consciência subjacente à Natureza. Viver considerando este fato torna tua vida muito mais respeitosa, consciente e responsável.
Quando a vida nos apresenta algum evento desconfortável, algum obstáculo ou algum confronto, normalmente o que é acionado em nosso corpo/mente é o “automático” lutar ou fugir. A adrenalina está sempre pronta para desencadear ação. Mas a verdade é que na maior parte das vezes não seria necessário lutar nem fugir, bastaria relaxar e observar, e a partir daí agir com consciência, ou então deixar os acontecimentos se desenrolarem naturalmente.
Vamos investir mais nas endorfinas! Faça Yoga ou Tai Chi Chuan!Desta forma, em todos os níveis e setores da nossa vida, podemos integrar firmeza e simultaneamente relaxamento – só firmeza gera rigidez e só relaxamento gera moleza !
Adote a pergunta – ”O que é que eu tenho que aprender com isso?”.Todas (todas mesmo) as coisas que nos acontecem, vem para nos ensinar. A vida está sempre fazendo suas arrumações para que possamos aprender e evoluir. Por isso alguém já disse: “cuidado com o que você deseja pois pode acontecer!”. Nós costumamos achar que quando pedimos à Deus alguma virtude, Ele vai milagrosamente introduzir esta virtude em nossa mente e de repente ficamos pacientes, ou disciplinados, ou tolerantes. Provavelmente o que a vida fará é te proporcionar situações que vão te fazer desenvolver aquela virtude. Se você pediu paciência, provavelmente vai atrair pessoas que vão te fazer perdê-la, e aí é que estará o seu aprendizado. Então, sempre que as pessoas ou as circunstâncias te trouxerem desconfortos ou incômodos, ao invés de se revoltar, se ofender ou se entristecer, ou ainda, achar que a culpa é do outro, pergunte à Vida o que esta situação está te obrigando a trabalhar, que virtudes e qualidades você está tendo que desenvolver para lidar com isso de forma harmônica e equilibrada. Este procedimento com certeza vai aumentar enormemente a qualidade de nossa consciência e a conseqüente percepção dos movimentos da vida e do seu sentido.
Gastamos grande tempo mental ficando angustiados por um passado que não podemos mais mudar e/ou ficando ansiosos por um futuro que ainda não chegou.
Outra grande parte, ainda, gastamos sonhando acordados, delirando os nossos sonhos e desejos. E aí duas coisas ocorrem: uma: sobra pouco tempo para a consciência do aqui-e-agora, o presente, que é onde efetivamente a vida acontece; duas: quando precisamos da mente para as coisas que ela foi feita para funcionar – a nossa vida humana diária – esta mente tem dificuldade em se concentrar, em estar presente, inteira, poderosa, centrada. Concentrando- nos no presente desfrutamos mais da vida. A meditação é um ótimo treinamento para aprender a viver no presente, nos livrando das pré-ocupações e desenvolvendo uma mente verdadeiramente eficiente.
Infelizmente, ainda vivemos sob a ideologia do “ganha-perde”, ou seja, temos muito incutida em nossa cultura a idéia de que para alguém ganhar, alguém precisa perder.
É assim que se construiu, por exemplo, o sistema capitalista. Também é seguindo esta filosofia que está-se destruindo nosso planeta. E é desse ganha-perde que estão impregnadas as nossas relações (lembra da lei de Gérson?). Não só no sentido profissional e financeiro, mas também no emocional e no afetivo. É urgente reimplantar- se o “ganha-ganha” nas relações interpessoais e nas relações do homem com a Natureza. Não existe nenhuma possibilidade de ganho real para nada nem ninguém, em nenhum setor da vida, se este ganho for obtido em detrimento da perda de alguém ou de alguma coisa. Na visão oriental, o Karma Yoga é a técnica que visa reeducar o homem e a sociedade para a verdadeira forma de ganhar. Este procedimento simples pode transformar toda a perspectiva que temos em relação à vida, entendendo e vivendo na prática a grande lei universal de causa e efeito. Atente para a sincronicidade. Uma escritura hindu diz: “Nenhuma folha de grama se mexe sem uma razão”.
Nada é casual, mas tudo é intrinsecamente causal. Um outro Mestre disse : “nós falamos com Deus através da oração, e Ele nos fala através da sincronicidade”.

O Dr. Jung percebeu que era esta qualidade da Criação que fazia com que as artes divinatórias (I Ching, Tarot, Runas, Búzios) funcionassem. Todo o Universo é Um, portanto tudo é inter-relacionado. E a Lei do Karma é quem disciplina este inter-relacionamento. Atente para os sinais!O tempo todo o Universo está interagindo com você! Estar atento à sincronicidade desenvolve a intuição e a expansão da percepção do movimento consciente e multidimensional do Universo.
E finalmente – e, sobretudo – “não faças aos outros o que não queres que te façam” ainda é a regra de ouro. Viver integralmente assim te torna efetivamente consciente, pleno e equilibrado.


Fonte: Ernani Fornari (Dharmendra)

2 comentários:

  1. Desta vez vc se superou, amiga.
    Reuniu aspectos tão humanos e delicados da existência...

    Não tenho um espaço lindamente preparado para publicar "grandes achados", mas tô achando que vou levar esta jóia comigo para compartilhar com mais amigos...posso??

    De tudo que aqui está, talvez o ensinamento "da ordem do dia" seja aprendermos a exercitar a compaixão...ao nos colocarmos no lugar do outro, verdadeiramente, podemos permitir que nossa alma reflita o que esse ser humano, igualzinho a gente e à qualquer outro, tem tatuado na alma - entre outras coisas, as suas dores, seus medos, seus conflitos, as mágoas, ressentimentos, saudade, força, coragem, amorosidade, ansiedade - virtudes e defeitos tão singulares, tão semelhantes...espelhos a refletir-nos em alguma medida...e quanto mais doer aceitar essa condição, mais verdadeira ela se mostrará ser...não há quem não passe por essa lição, se estiver vivendo com o coração.

    Obrigada pela oportunidade maravilhosa desse contato com essa realidade, Rejane.
    Uma dura reflexão...
    Bjos, queridona!

    *...posso levar????...rsrs

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  2. É sempre com muito prazer, que por aqui passo e leio os seus textos.

    Beijo.

    ResponderExcluir

Muito obrigada pela visita.
Volte sempre!!
Rejane

Textos no arquivo :

"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma... Todo o universo conspira a seu favor!" - Goethe "Sou sempre eu mesma,mas com certeza não serei a mesma para sempre!" Clarice Lispector

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"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma... Todo o universo conspira a seu favor!" - Goethe





"Sou sempre eu mesma,mas com certeza não serei a mesma para sempre!"



Clarice Lispector