Conforto ou acomodação?
Por Nino Albano
Ouço
muita gente falar sobre a “zona de conforto” como se ela fosse um dos
personagens principais de nossas operações. Dizem que quem se encontra
nela, não está disposto a mudar, e já ouvi discursos inflamados sobre a
necessidade de sair da zona de conforto para fazer com que as coisas
mudem.
Mas eu fico
pensando sobre ela e tenho uma percepção diferente de tudo que eu ouço.
Inicialmente vamos definir “conforto”. Segundo o Aurélio, é o “estado
de quem é confortado” e confortado, por sua vez é o adjetivo para
“fortalecido, animado”. Então vem a pergunta: Por que teríamos que sair
dessa tal zona, se quando a encontramos estamos bem?
A
zona de conforto só poderia ser aplicada ‘a quem já atingiu seus
objetivos e agora se apega a melhoria contínua para uma atividade ou
ação que se adéqua ‘as suas necessidades e expectativas. Em outras
palavras, ninguém deveria sair da zona de conforto. É lá que
encontramos o melhor de nosso desempenho.
Agora,
o Aurélio também diz que “acomodação” é a “tendência a conformar-se com
qualquer situação; conformismo”. E essa sim é a zona perigosa. O que
todos tentam nos vender como zona de conforto é um lugar de onde
deveríamos sair, quando na realidade ela deveria ser vista como nosso
objetivo profissional e de vida. Costumam dizer que quem está nela, não
quer mudar. Pois eu digo que todos mudam se o apelo à mudança for
agradável, necessário e gerador de oportunidades.
Mas
há aqueles, que não querem mudar, pois não se sentem motivados, não
gostam do que fazem e não acreditam que no final existem benefícios
para eles. Para esse grupo, as mudanças são as coisas mais chatas e
difíceis que existem. Eles estão na “zona de acomodação”. São as
pessoas conformadas com o lugar que estão. Elas normalmente têm medo de
crescer e se sentem ameaçadas por desafios, por isso dificilmente se
sentirão confortáveis com alguma coisa, e rotineiramente reclamam pelos
corredores que tudo está errado.
De
qualquer forma, volto a insistir. “zona de conforto” não é o que todos
costumam falar. Pensem nela como objetivo e morram de medo da “zona de
acomodação”.
(*) Nino Albano é Diretor de Planejamento Estratégico do HDI no Brasil.
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