Freud
afirma que quando a criança nasce ela tem o que chama de "pulsão". Tem
uma pulsão para a nutrição: é sua sobrevivência que está em jogo. Além
dessa, a criança possui também, uma pulsão chamada libidinal. Deste
modo, quando uma criança nasce, temos algo que ocorre simultaneamente.
São as fases da evolução da libido: oral, anal, e fálica que ocorrem
quase paralelamente à fase genital. Tais fases não ocorrem
isoladamente. Explicando: não há possibilidade de uma criança passar
por essas fases, sem que exista outra coisa simultaneamente, chamada
Relação Objetal. Não existe a possibilidade de uma criança mamar, ter
sensações orais e libidinais sem que haja um objeto. Tal objeto permite
a manifestação libidinal. A relação objetal se dá com o outro. Qual é
esse objeto?A mãe constitui o objeto que propicia todo este
desenvolvimento evolutivo da libido em fases, conforme descrito acima.
Logo, não poderá ocorrer tal evolução, se não existir a Mãe, ou seu
substituto. Estamos nos referindo a "função materna". Por exemplo:
Suponhamos que a libido estivesse concentrada inicialmente, em uma
parte do corpo, principalmente na boca. Logo, a libido da criança, está
concentrada nesta parte do corpo, a boca.
Segundo
a expressão freudiana, a libido não está, ainda, distribuída no corpo
da criança. Trata-se, segundo ele, de uma Pulsão Parcial, que está
somente em uma parte do corpo, no caso exemplificado, na boca. Se
acontecer nessa fase, algum trauma com a criança ocorrerá algo muito
significativo a que Freud chamou "fixação". Vai haver, então, uma
fixação libidinal na fase oral. Ao afirmar isso, "fixar na fase oral",
não significa que esteja afirmando que a libido não continue passando
por evolução. O que acontece na verdade, é que uma parte maior, fica
retida nessa fase, isto porque sempre fica alguma coisa. Por exemplo:
Para efeito didático, diríamos que deveria ficar 10% somente, de libido
nesta fase. No entanto, ficam, porém, 50% ou 60% de libido na referida
fase.
Quais
são as conseqüências disto? O que pode acontecer? Ocorrerão
características de um sujeito que teve ou adquiriu uma fixação na fase
oral. Por este motivo, Freud a denominou "caráter oral": são caracteres
dos quais a pessoa passa a ser portadora. Este "caráter oral" indica
certa necessidade que este indivíduo tem, de utilizar a boca em
situações muito mais freqüentes, do que o necessário. Por exemplo:
Criança chupando o dedo durante um tempo maior do que deveria; adulto
que fuma muito, indivíduo que come muito, que fala muito... O sujeito
passa a utilizar-se da boca, mais que o normal. Isto já denunciaria
segundo Freud, certa perversão.
O
trauma na "fase oral" pode ocorrer por várias razões. Por exemplo:
Criança que não é amamentada no seio, significa prejuízo para ela. Isto
porque, ao invés de colocar o seio na boca da criança, coloca-se um
objeto. Esse objeto não tem a mesma significação que o seio da mãe que
possui consistência própria, e cheiro específico de mãe, temperatura
adequada e configuração gestáltica que a criança, ao amamentar de
olhinhos bem abertos, associa-o a uma série de coisas, tais como, ao
rosto e a respiração da mãe, (mamadeira não respira), seus batimentos
cardíacos, etc.. Há um complexo de estímulos e respostas da criança, e
existe, sobretudo, a relação libidinal, que com uma mamadeira, é
impossível.
A mãe que não
amamentou seu filho pode acarretar-lhe uma série de problemas.
Suponhamos que ela além de não amamentar sua criança, deixa-a aos
cuidados exclusivos de babás, que não desenvolve com a mesma, o vínculo
afetivo que a criança manteria com sua mãe. As babás muitas, são
trocadas várias vezes... Tudo isto como descrito acima, ocorrendo na
fase oral, pode determinar perturbações dessa fase, e pode também,
propiciar traumas. O que vem a ser trauma? É tudo que acabo de
explicar. Além disso, não se pode esquecer-se da fome que a criança
poderá sofrer...
O que é
relação objetal com a Mãe? Quando por ocasião da fase de amamentação,
poderá estar em uma condição emocional conflituosa. Poderá estar ainda,
angustiada, deprimida, ansiosa. Por quê? A relação objetal é complexa e
difícil. Nela existe ainda, uma terceira pessoa. Essa relação objetal,
inicialmente, é aparentemente dual: ela acontece entre a mãe e a
criança. Ocorre que a mãe tem outra pessoa, outro objeto. Com esse
outro objeto, há outro tipo de relação, que é a relação da mãe com o
pai da criança. Esta relação entre a mãe e o pai da criança, supõe a
existência de um clima emocional. Logo, existe ainda, algo difícil para
a mãe, que por desdobramento, sempre vai repercutir na criança.
A
mãe ansiosa poderá ter leite e amamentar, mas o fará em péssimas
condições emocionais, e isto certamente, será transmitido à criança:
mãe ansiosa, mãe deprimida, mãe angustiada.
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Rejane