Homenagem aos milhares de Alfredos que existem no mundo.
O meu vizinho do lado Se matou de solidão. Ligou o gás, o coitado , oÚltimo gás do bujão. Porque ninguém o queria. Ninguém lhe dava atenção .Porque ninguém mais lhe abria .As portas do coração. Levou com ele seu louro. E um gato de estimação. Há, tanta gente sozinha .Que a gente mal adivinha. Gente sem vez para amar. Gente sem mão para dar. Gente que basta um olhar. Quase nada !Gente com os olhos no
chão. Sempre pedindo perdão .Gente que a gente não vê .Porque é quase nada! Eu sempre o cumprimentava .Porque parecia bom. Um homem por trás dos óculos .Como diria Drummond .Num velho papel de embrulho .Deixou um bilhete seu .Dizendo que se matava. De cansado de viver. Embaixo assinado Alfredo .
Mas ninguém sabe
de quê ?!
Escute a música -é linda!!
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Rejane